Como o PSG superou a falta de Neymar para dominar o Manchester United

Para um clube que tenta se inserir num restrito grupo dos gigantes europeus, tem enorme simbolismo o que conseguiu o Paris Saint-Germain nesta terça-feira. Não havia Neymar, tampouco Cavani, duas de suas maiores estrelas. E pela frente havia o Manchester United e seu estádio mítico, ainda que o clube inglês não viva o auge de seu poderio técnico. Mas o PSG não se intimidou, teve iniciativa e deu um golpe de autoridade ao vencer por 2 a 0. Poderá até perder por um gol de diferença na volta, em Paris, no dia 6 de março, para chegar às quartas de final da Liga dos Campeões. 
Muito do que aconteceu em campo saiu da mente de Thomas Tuchel, o alemão que dirige os parisienses. Eram muitos os problemas a resolver: impedir que o time perdesse criação nos metros finais de campo, algo que atualmente passa por Neymar; ter presença de área sem Cavani; manter seu DNA ofensivo sem se expor às rápidas transições do Manchester United; impedir as corridas de Pogba no meio-campo, com sua imposição física e técnica. A exceção da primeira metade do primeiro tempo, seu time conseguiu tudo isso. E mais, o fez diante de um United que recuperara a autoestima após a demissão de José Mourinho. Ole Gunnar Solskjaer, o novo técnico, vinha de dez vitórias e um empate no cargo. Terminou por ter sua invencibilidade batida.


Tuchel desenhou um time que se defendia no 4-4-2, com o alemão Kehrer na lateral direita e Daniel Alves marcando na segunda linha, logo à frente, também pelo lado direito. No centro, Marquinhos e Verratti formavam a dupla de volantes, com Di Maria pela esquerda. Quando o time tinha a bola, Kehrer se transformava em zagueiro e o time tinha uma linha defensiva de três homens. Daniel Alves virava o ala pela direita e Bernat fazia o mesmo na esquerda. À frente dos dois volantes, Di Maria alternava entre a profundidade pela ponta e a busca dos espaços entre as linhas do United, assim como Draxler. Quem parecia se sacrificar era Mbappé, que ocupava o centro do ataque.

O Globo 
BORGES NETO LUCENA INFORMA