FMI reduz previsão para o PIB do Brasil em 2019; projeção para economia mundial também piora


O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu em 0,4 ponto percentual sua previsão para o crescimento da economia brasileira em 2019. No relatório "World Economic Outlook", divulgado nesta terça-feira (9), o órgão passou a estimar uma expansão de 2,1% para o país este ano.
Em janeiro, o FMI previa que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceria 2,5% este ano – uma ligeira melhora em relação à projeção feita outubro do ano passado, que era de uma expansão de 2,4% na economia em 2019.
No estudo, o Fundo cita o Brasil entre os exemplos de nações latino-americanas que estão em um ciclo de recuperação, após sair de um crescimento de 1,1% em 2018. A última estimativa do FMI para o crescimento brasileiro em 2018 era de 1,3%.
As projeções do órgão para o PIB brasileiro em 2020, no entanto, vão no caminho contrário, como mostra o gráfico abaixo: o FMI estima que a economia do Brasil vai avançar 2,5% – uma melhora de 0,3 ponto percentual em relação à projeção feita em janeiro, mas uma queda de 0,1 em relação à projeção feita em outubro.
Trajetória das estimativas para o PIB do Brasil
Projeções do FMI são refeitas a cada três meses
20192020Jan/18Abr/18Jul/18Out/18Jan/19Abr/1922,12,22,32,42,52,6
Fonte: FMI

Cenário fiscal

O relatório destaca que os spreads (diferença entre o que se gasta e recebe em juros) caíram desde outubro no Brasil, em meio ao otimismo com a reforma da Previdência no novo governo. No entanto, o estudo aponta que, particularmente no país, desequilíbrios fiscais pesaram na projeção.
“No Brasil, a principal prioridade é conter o aumento da dívida pública enquanto mantém intactos os gastos sociais. O teto de gastos introduzido em 2016, que incrementa o resultado primário em 0,5 ponto percentual por ano, é um passo na direção certa para facilitar a consolidação fiscal”, pontua o FMI.
“Com a inflação ainda perto da meta, a política monetária pode ficar acomodativa para suportar a demanda", diz o órgão. "A recente reforma trabalhista e subsídios ao crédito são esforços para melhorar a infraestrutura e a eficiência da intermediação financeira", acrescenta o FMI, e "pode ajudar a aumentar a produtividade e elevar as perspectivas de crescimento no médio prazo”.

Emergentes, América Latina e a tragédia Venezuelana

A expansão projetada para o Brasil em 2019 é menos da metade da esperada para os países emergentes, de 4,4%. A expansão deve ser puxada pela China e pela Índia, que devem crescer 6,3% e 7,3%, respectivamente. Para 2020, a estimativa é de 2020 para este grupo de países.
Enquanto China e Índia puxa para cima o crescimento dos emergentes, a Venezuela tem forte peso negativo no crescimento da América Latina: o FMI projeta expansão de 1,4% para a região, fortemente influenciada, negativamente, pela contração esperada de 25% na economia do país em crise. Em 2018, o PIB venezuelano caiu 18%; para 2020, expectativa é de contração de outros 10%.
Argentina também deve ter recessão este ano, com uma queda esperada de 1,2% no PIB.
G1 

BORGES NETO LUCENA INFORMA