Secretário de Segurança revela que bandidos planejaram execução de jornalista Anacleto Reinaldo
Os jornalistas que cobrem a área
policial na Paraíba têm mesmo com o que se preocupar. Hoje pela manhã, o
secretário de Segurança do Estado, Claudio Lima, revelou, numa conversa
informal, aos jornalistas Clilson Júnior e Vinícius Henriques, que o
apresentador da TV Arapuan, Anacleto Reinaldo, estava na 'lista da
morte' do traficante 'Fão'.
De acordo com o secretário, o serviço
de inteligência da polícia chegou à informação a partir de escutas
telefônicas onde o traficante determina a execução de Anacleto.
Claudio Lima revelou também que
procurou o proprietário da TV Arapuan, João Gregório, para relatar o
fato e disponibilizar proteção policial ao jornalista que durante duas
semanas foi protegido por seguranças.
O jornalista Anacleto Reinalo teria
entrado na 'lista negra' do traficante por revelar suas ações na
televisão. 'Fão' era um dos responsáveis pelo comando do tráfico de
drogas nos bairros São José, Alto do Mateus, Ilha do Bispo, Novais e
Mandacaru e atualmente está preso no Presídio Federal de Rondônia.
As declarações de Claudio Lima
aconteceram na residência do radialista Vinicius Henriques, que foi
surpreendido com a ação de bandidos que alvejaram seu carro e sua casa a
tiros.
O comunicador responsabilizou o crime
organizado pelo atentado, pois comanda o programa Rota da Notícia, na
Rádio Arapuan, que é primeiro lugar no IBOPE, e denuncia todas as ações
dos bandidos na Paraíba.
Violência contra jornalistas no Brasil
No último dia 23, o jornalista Décio
Sá, foi executado com seis tiros em um restaurante, em São Luís (MA). O
repórter publicava reportagens investigativas em seu blog, um dos mais
acessados do Estado, e trabalhava na editoria de política do jornal O
Estado do Maranhão, da família do presidente do Senado, José Sarney
(PMDB-AP).
O assassinato do jornalista da Rede
Globo, Tim Lopes, em 2002, foi um dos casos que mais chocaram o Brasil.
Ele desapareceu no dia 2 de junho do referido ano.
Depoimentos de narcotraficantes presos
indicaram que ele teria sido sequestrado e morto entre as 22 e 24h
daquele dia. Sua morte somente foi confirmada em 5 de julho, após exame
de DNA dos fragmentos de ossos encontrados num cemitério clandestino.
A Campanha Emblema de Imprensa informou
que o Brasil é o segundo país mais perigoso do mundo para jornalistas
trabalharem. Somente no primeiro trimestre de 2012, cinco profissionais
de imprensa morreram de forma violenta, sendo que, no mundo inteiro, 31
jornalistas foram mortos no mesmo período. Isso representa um aumento de
50% em relação ao mesmo período de 2011.
Também neste ano, o Brasil caiu 41
posições no Ranking de Liberdade de Imprensa, realizado anualmente pela
organização Repórteres Sem Fronteiras. O país caiu do 58º lugar, que
ocupava em 2010, para o 99º, no levantamento 2011-2012. Esta é a segunda
queda mais acentuada entre os países da América Latina, destaca a
entidade, que relaciona o péssimo desempenho brasileiro ao "alto índice
de violência".
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