Governo orienta municípios a intensificarem ações para diagnóstico de casos graves de dengue
O Governo do Estado, por meio da Secretaria da Saúde, está alertando
os municípios sobre a importância da vigilância permanente com vistas a
observância dos casos graves de dengue a serem notificados e
investigados em tempo oportuno. De acordo com a gerente executiva de
Vigilância em Saúde da SES, Talita Tavares, desde o início do ano os
técnicos do Setor de Vigilância Epidemiológica foram capacitados para
realizarem o manejo clínico da doença.
Ela explica que o manejo clínico da dengue parte da suspeita clínica da
doença, cujos sintomas podem se confundir com o de outras doenças.
Talita Tavares explica que a observação cuidadosa do paciente,
principalmente o monitoramento do surgimento dos sinais de alarme, é
primordial para o desfecho positivo do caso. A maior atenção deve ser
dada à hidratação do paciente, seja por via oral, seja quando indicar
hidratação venosa. Um sintoma importante é a dor abdominal, que pode
simular um quadro de abdômen agudo.
De acordo com Talita, deve-se dar uma maior importância aos casos
graves (dengue com complicação e febre hemorrágica da dengue). Segundo
ela, o trabalho junto às equipes assistenciais deve ser mantido. “Toda
manifestação clínica inicial da dengue segue a forma clássica, e é na
remissão da febre entre o terceiro e sétimo dia que podem aparecer as
manifestações hemorrágicas (espontâneas ou provocadas), diminuição das
plaquetas e hipotensão”, afirmou.
Ela explica que todo caso que não se enquadrar nos parâmetros clínicos
de febre hemorrágica da dengue (FHD) e dengue clássica (DC) e seguirem
com complicações neurológicas, sintomas cardiorrespiratórios,
insuficiência hepática, derrame pleural e outras complicações, se
caracteriza como dengue clássica com complicação (DCC). As manifestações
neurológicas incluem: delírio, sonolência, depressão, coma,
irritabilidade extrema, psicose, demência, amnésia, paralisias e sinais
de meningite e, geralmente, surgem no final do período febril ou na
convalescença.
“Sempre é hora de relembrarmos os sinais de alerta que indicam a
possibilidade de quadros graves como: dores abdominais fortes e
contínuas; vômitos persistentes; tonturas ao levantar (hipotensão
postural); diferença entre as pressões máxima e mínima menor do que 2 cm
Hg (por exemplo: 9 por 7,5 ou 10 por 8,5); fígado e baço dolorosos;
vômitos hemorrágicos ou presença de sangue nas fezes; extremidades das
mãos e dos pés frias e azuladas; pulso rápido e fino; agitação e/ou
letargia; diminuição do volume urinário; diminuição súbita da
temperatura do corpo e desconforto respiratório”, orientou.
Talita Tavares explicou que a dengue é uma doença dinâmica que pode
evoluir rapidamente de uma forma para outra. Assim, num quadro de dengue
clássica, em dois ou três dias podem surgir sangramentos e sinais de
alerta sugestivos de maior gravidade. Daí surge a necessidade da
notificação dos casos graves em até 24 horas, de acordo com a Portaria
104 do MS. A sinalização destas situações deve ser informada ao Centro
de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs), pelo
telefone (83) 8828-2522 (plantão 24 horas).
Dados – De acordo com último boletim divulgado pela
Secretaria de Estado da Saúde, de 1º de janeiro a 6 de setembro foram
registrados 8.171 notificações, das quais 2.079 já foram descartadas.
Foram confirmados 4.729 casos de dengue clássica, 111 por complicações e
46 de febre hemorrágica da dengue.
Quanto aos óbitos, a Paraíba apresenta sete casos por dengue
confirmados um em Itabaiana, no mês de março; um em Patos, no mês de
abril; dois em João Pessoa, no mês de junho; um em Bayeux e dois em João
Pessoa, no mês de julho, destes quatro tiveram o quadro de FHD e três
de DCC. Três óbitos continuam sob investigação, destes dois em João
Pessoa e um no Conde.
Secom-PB
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