Devido a seca Paraíba tem 13 açudes com capacidade abaixo do 5%, e Aesa prevê que longa estiagem deva se prolongar por mais tempo


 A longa estiagem tem deixado muitos paraibanos em estado de alerta. A reserva hídrica do Estado que já chegou a 3 bilhões de metros cúbicos de água acumulada, tem caído a cada dia. De acordo com levantamento da Agência Executiva de Gestão de Águas da Paraíba (Aesa), dos 121 açudes do estado que são monitorados, 13 estão com sua capacidade abaixo de 5%, considerados em situação crítica. Por conta da longa estiagem, o abastecimento em muitas cidades paraibanas tem sido feitos através de carros pipas. Em várias cidades a Cagepa já cortou o fornecimento e a água está sendo racionada.

Segundo Lucílio Vieira, gerente de monitoramento de mananciais da Aesa, quando um açude atinge menos de 5% de sua capacidade o fornecimento de água é suspenso. Foi que aconteceu com a barragem de Canafístola que abastece 8 cidades do Brejo paraibano e está com nível muito baixo de água armazenada. Os efeitos da longa estiagem estão em toda a parte. De acordo com a AESA outros 25 açudes que estão com cerca de 20% da capacidade estão sob observação, e 72 estão com pouco mais de 20% de água armazenada. A previsão da Aesa é de que o período chuvoso no Sertão e Agreste se inicie nos meses de março e abril.

Ainda segundo Lucílio Vieira, o maior açude em estado crítico está situado no município de Jericó, no Sertão paraibano. “O maior açude que se encontra entre os 11 em estado crítico é o Açude Carneiro, que possui capacidade para 31 milhões de metros cúbicos e se encontra com 1,1 milhão, que em termos percentuais dá 3,6% da capacidade”, explicou. Os açudes entram na fase de observação para que a Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa) possa programar medidas emergenciais, como racionamento de água. Outro açude que está em estado crítico é o de Jatobá que que já foi o principal açude no abastecimento da cidade de Patos, teve sua construção em 1952 no governo de José Américo e sangrou pela primeira vez no dia 25 de março de 1960.

A capacidade de armazenamento de água do açude do Jatobá é de 17 milhões de metros cúbicos, mas de acordo com o diretor da Companhia de Água e Esgotos do Estado da Paraíba – CAGEPA /Regional das Espinharas, Maciel Damacena, o açude está com 5% desse total. Esse fato se deve ao assoreamento visível do manancial e a forte estiagem de chuvas na região.

Os bancos de areia e barro que se formam, transformando-se em pequenas ilhas são localizados em diversos pontos do açude. Dessa forma demonstram o quando está aterrado e que se faz necessário medidas urgentes para o desassoreamento. Com a capacidade de armazenamento de água comprometida e passando por abandono há vários anos, essa seria uma oportunidade de limpeza e melhoria no açude do Jatobá por parte das autoridades tendo em vista o pouco volume de água.

Segundo a meteorologista Carmem Beckr a chuva costuma cair com mais frequência nas regiões do alto Sertão, Cariri e Curimataú nos meses de fevereiro e março. “Climatologicamente, os meses de março e abril tendem a ser os mais chuvosos. Então a tendência para essas regiões é de que ocorram chuvas mais homogeneas”, explicou. As condições oceânicas detectadas no início de 2013 são mais favoráveis que as encontradas pela Aesa no início do 2012.

Ainda de acordo com a AESA, o nível dos mananciais paraibanos no início deste ano eram esperados pelos metereologistas devido às poucas chuvas em 2012. “Devido ao ano seco que tivemos em 2012, entedemos que o nível dos açudes é considerado normal. Mas como a previsão de que o período chuvoso no Sertão e no Agreste inicie neste mês de março, a tendência é que boa parte dos açudes em observação sejam reabastecidos”, completou. Dos 121 açudes monitorados, 77 deles estão com nível acima dos 20% da capacidade.

PBAgora
BORGES NETO NACÃORURALISTA

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