Quando questionados sobre a estreia na Copa do Mundo contra a Croácia, a
resposta uníssona de jogadores e comissão técnica durante a preparação
dá um panorama claro da ansiedade do grupo da Seleção Brasileira pela
estreia no Mundial: "queremos que chegue logo quinta-feira e que comece
de uma vez". A frase repetida pelos brasileiros enfim se tornará
realidade, a partir das 17h, na Arena Corinthians, em São Paulo.
"Chegou a hora, que todos os brasileiros e o mundo estão esperando.
Espero que passe o mais rápido possível (até a estreia). Ansioso, mas a
felicidade é muito grande. Muitas pessoas queriam estar aqui, estou
conquistando o meu e os sonhos do meu amigo. Espero ajudar da melhor
forma. Realizar os sonhos de nós jogadores e de todos os brasileiros",
disse Neymar, na entrevista um dia antes do jogo.
Assim como em 2013, o time de Felipão chega com algumas dúvidas em
relação ao desempenho de alguns jogadores. Se antes da Copa das
Confederações, o perseguido entre os titulares era Hulk, agora é a vez
do meia Oscar, que teve que escutar durante os últimos dias o pedido
pela entrada de Willian na equipe titular. Em semelhança com o ano
passado, Felipão peita as críticas e mantém seu camisa 11 blindado para a
abertura da Copa do Mundo.
O mesmo ocorre com o goleiro Júlio César, que é questionado pelas poucas
partidas que disputou durante a temporada 2013/14. A similaridade
também aparece nos jogadores elogiados. Assim como em 2013, Neymar e a
defesa brasileira formada por Thiago Silva e David Luiz chegam com moral
para a disputa da Copa do Mundo.
A Croácia conta também com a impaciência da torcida paulista, tida como
uma das mais exigentes do Brasil. "Quanto mais tempo tivermos um
resultado positivo maior a probabilidade que os torcedores comecem a
ficar nervosos, vamos fazer o possível para isso acontecer", ressaltou
Kovac.
Adversário conhecido do Brasil em estreias de Copa do Mundo (já que em
2006, o grupo dirigido pelo agora coordenador técnico Carlos Alberto
Parreira venceu por 1 a 0), os croatas chegam para o Mundial após
enfrentarem diversos problemas na preparação para o Mundial. Ao todo
cinco jogadores foram cortados e o treinador ainda não poderá contar com
a principal estrela no ataque: Mandzukic, do Bayern de Munique, que
está suspenso para a estreia para Copa. Por outro lado, o selecionado
europeu aposta suas fichas no meio campo habilidoso com Modric (do Real
Madrid), Rakitic (do Benfica) e Perisic (do Wolfsburg).
A trajetória - Muita coisa já foi imaginada nos últimos sete anos,
desde que o Brasil foi escolhido como sede da Copa do Mundo de 2014. O
torneio começa nesta quinta-feira (12), às 17h, com Brasil x Croácia na
Arena Corinthians, em Itaquera, Zona Leste de São Paulo. Não dá para
cravar ainda se esta será a "Copa das Copas", como disse a presidente
Dilma Rousseff. Ou se será a "Copa das manifestações", como a indignação
de milhões de brasileiros em protestos de junho de 2013 fez supor.
O que se sabe é que esta será a Copa dos campeões, com a presença de
todas as oito seleções que já ganharam o torneio. E será disputada no
país do futebol, 64 anos após o primeiro Mundial no Brasil. Nos próximos
dias, todos saberão se o nosso país vai conseguir "dar um jeito", mesmo
com obras inacabadas. A expressão está na música que Alexandre Pires
vai cantar na festa de encerramento do evento, no dia 13 de julho, no
Estádio do Maracanã, no Rio.
Alguns dos maiores craques jogarão nos gramados das 12 cidades-sede,
como Messi, Cristiano Ronaldo, Xavi e Neymar. Mas há de se lamentar
ausências por lesão de gente como o colombiano Falcão Garcia e o francês
Franck Ribéry. Antes do jogo, o estádio paulistano receberá a cerimônia
de abertura, com performance de Jennifer Lopez, Claudia Leitte e
Pitbull. O trio canta a música oficial “We are one (Ole ola)”.
Quando o Brasil foi escolhido como sede, Claudia ainda era vocalista do
Babado Novo. Michael Jackson e Dercy Gonçalves estavam vivos. E
manifestar não era um verbo tão conjugado por brasileiros. Perto daquele
30 de outubro de 2007, Paulo Coelho e Romário eram a favor da Copa no
Brasil. Hoje, são dois dos mais incisivos críticos do evento. Outros
insatisfeitos podem se reunir em manifestações marcadas com ajuda das
redes sociais. É a turma do "Não vai ter Copa".
Pouco mais de um ano antes do campeonato, o Brasil viveu o pico dos
protestos. Em 20 de junho de 2013, passeatas pelo país reuniram 1,25
milhão de pessoas. A adesão caiu depois, mas brasileiros passaram a se
acostumar com gente na rua e luta por direitos. Nas últimas semanas,
paralisações de serviços públicos fizeram parte da rotina em várias
cidades. A greve do Metrô em São Paulo poderia atrapalhar a abertura da
Copa. Mas os metroviários descartaram a paralisação, a menos de 24 horas
do pontapé inicial.
Nas ruas, o clima copeiro demorou a pegar, mas já colore ruas e enfeita
carros, mesmo que o entusiasmo não seja o de outras Copas. Gastando
tinta verde e amarela ou não, brasileiros parecem ter certeza de uma
coisa: após eliminações na Copa de 2010 e a medalha de prata na
Olimpíada de 2012, não se imaginava que a obra mais bem acabada seria,
justamente, a seleção arquitetada por Felipão.
Candidato único - Em março de 2006, a candidatura brasileira ganhou
corpo com o apoio da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol).
Antes, Argentina e Colômbia estavam no páreo. O Brasil se tornou
candidato único a realizar a Copa, por conta do rodízio de continentes.
Era a vez de a América do Sul sediar.
A proposta para sediar a Copa tinha 18 candidatas a cidades-sede. Nas
900 páginas de informações, estavam as 11 garantias pedidas pela Fifa,
com temas como segurança e a capacidade de receber turistas. Ricardo
Teixeira, então presidente da CBF, entregou o documento a Joseph
Blatter, presidente da Fifa.
FICHA TÉCNICA
Brasil: Júlio César, Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Luiz Gustavo e Paulinho; Hulk, Oscar e Neymar; Fred
Técnico: Luiz Felipe Scolari
Veja os bastidores da Seleção Brasileira em São PauloClique no link para iniciar o vídeo
Veja os bastidores da Seleção Brasileira em São Paulo
Croácia: Pletikosa; Srna, Corluka, Lovren e Vrsaljko; Rakitic, Modric e Brozovic (Kovacic); Perisic, Olic e Jelavic
Técnico: Niko Kovac
Local: Arena Corinthians, em São Paulo (SP)
Data: 12/06/2014
Horário: 17h (horário de Brasília)
Árbitro: Yuichi Nishimura (JAP)
Auxiliares: Toru Sagara (JAP) e Toshiyuki Nagi (JAP)
G1
BORGES NETO LUCENA INFORMA
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