Governo inclui vacina contra hepatite A no calendário do SUS



 O Ministério da Saúde incluiu a vacina contra o vírus da hepatite A noPrograma Nacional de Imunizações (PNI), informou o Ministério da Saúde, nesta terça-feira (29). Ela já está disponível em 36 mil postos no país, divididos em 12 Estados, e estará nos postos de saúde de outros 11 a partir de agosto e em três estados em setembro.

A vacina é indicada para crianças de 1 ano a menores de 2 anos, em dose única, e com proteção permanente. A data do início da vacinação será determinada pelos estados.

As doses já estão disponíveis no Acre, em Rondônia, em Alagoas, no Ceará, no Maranhão, no Piauí, em Pernambuco, no Distrito Federal, em Goiás, no Espírito Santo, em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul.

Segundo o ministro da Saúde, Arthur Chioro, "mães dos estados que iniciaram a oferta da vacina hepatite A já podem levar seus filhos aos postos de saúde com caderneta".

A partir de agosto, a vacina estará nos postos de saúde do Amazonas, do Amapá, do Tocantins, da Bahia, da Paraíba, do Rio Grande do Norte, de Sergipe, de Mato Grosso, do Mato Grosso do Sul, do Rio de Janeiro e de Santa Catarina.

Em setembro, chega a Roraima, a São Paulo e ao Paraná.

A meta é vacinar pelo menos de 95% do público-alvo, composto por 2,9 milhões de crianças dessa faixa etária. O SUS oferece atualmente 26 tipos de vacinas, das quais 26% são produzidas no Brasil.

"A vacina contra hepatite A é de rotina e não de campanha. Por isso os pais devem seguir o calendário de vacinação", afirmou o secretário de Saúde, Jarbas Barbosa.

O Ministério da Saúde investiu R$ 11 milhões na compra das vacinas, segundo o secretário.

De acordo com Chioro, com a inclusão dessa vacina, o Brasil passa a disponibilizar em seu calendário todas as vacinas recomendadas pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

"Com a oferta da vacina contra hepatite A, vamos garantir a vacinação universal e a proteção em termos de saúde pública. Com a vacina, é estimada a queda de 64% dos casos ictéricos da doença e de 59% das mortes", disse.

Já foram registrados no país mais de 151 mil casos de hepatite A nos últimos 14 anos, sendo contabilizadas 761 mortes entre 1999 e 2012, de acordo com dados do Ministério da Saúde. "Houve diminuição da circulação viral da hepatite A no país. Com a vacinação, podemos diminuir esse número ainda mais", afirmou Chioro.

Contaminação O vírus da hepatite A (HAV) se propaga em água e alimentos contaminados, especialmente frutos do mar e vegetais mal lavados, e por contato com fezes de pessoas contaminadas. É em locais sem saneamento básico e durante a infância que se costuma ter contato com o vírus que ataca o fígado. Uma vez infectada, a pessoa se torna imune à doença. Quase 69% dos casos se concentram em crianças de até 13 anos.

O HAV pode se manter incubado por um período que varia de dez a 50 dias. Neste período, apesar de o portador não apresentar sintomas, ele pode transmitir o vírus.

Os principais sintomas da hepatite A são: pele e olhos amarelados, vômitos, cansaço, urina com coloração escura e fezes esbranquiçadas. A hepatite A é considerada uma forma branda de hepatite e não resulta em consequências mais graves. Em alguns casos, ela não apresenta sintomas.

Não existe tratamento específico para a hepatite A. Este é realizado apenas com repouso e alimentação balanceada. Geralmente, o organismo se recupera após 4 a 15 semanas. O tempo de recuperação depende de características pessoais do indivíduo contaminado e da quantidade de vírus presente no organismo.

A prevenção da hepatite A inclui, principalmente, medidas de higiene pessoal, como lavar as mãos antes das refeições, e a ingestão de água e alimentos de origem confiável.

Hepatite mata 1,4 milhão por ano Segundo a OMS, a hepatite é uma doença que mata quase tanto quanto a Aids, com 1,4 milhão de mortos a cada ano. Mas os vírus B e C da hepatite são os mais mortais --90% dos que morreram de Aids tinham contraído os dois tipos de hepatite. As hepatites B e C também são responsáveis por dois terços dos casos de câncer de fígado no mundo.

O PNI, iniciado em 1973, disponibiliza vacinas para profilaxia de infecções prevalentes na população, como tuberculose, difteria, coqueluche, tétano, poliomielite, sarampo, caxumba, infecções por Haemophilus influenzae b (meningite), rotavírus, vírus da hepatite B, doenças meningocócica e pneumocócica (meningite e pneumonia), influenza e febre amarela.


UOL
BORGES NETO LUCENA INFORMA

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