De tempos em tempos, uma nova dieta ganha adeptos com a promessa de ser mais eficaz do que as conhecidas até então. De acordo com um novo estudo, porém, qualquer regime funciona – desde que seguido da forma correta.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Comparison of Weight Loss Among Named Diet Programs in Overweight and Obese Adults: A Meta-analysis
Onde foi divulgada: JAMA
Quem fez: Bradley Johnston, Steve Kanters, Kristofer Bandayrel, Ping Wu, Faysal Naji, Reed A. Siemieniuk, Geoff Ball, Jason Busse, Kristian Thorlund, Gordon Guyatt, Jeroen Jansen e Edward Mills
Instituição: Universidade McMaster, Canadá
Resultado: Dietas que pregam a restrição de carboidrato e as que recomendam cortar gordura são igualmente eficazes na perda de peso, desde que seguidas corretamente.
Título original: Comparison of Weight Loss Among Named Diet Programs in Overweight and Obese Adults: A Meta-analysis
Onde foi divulgada: JAMA
Quem fez: Bradley Johnston, Steve Kanters, Kristofer Bandayrel, Ping Wu, Faysal Naji, Reed A. Siemieniuk, Geoff Ball, Jason Busse, Kristian Thorlund, Gordon Guyatt, Jeroen Jansen e Edward Mills
Instituição: Universidade McMaster, Canadá
Resultado: Dietas que pregam a restrição de carboidrato e as que recomendam cortar gordura são igualmente eficazes na perda de peso, desde que seguidas corretamente.
A pesquisa, feita na Faculdade de Medicina da Universidade McMaster, no Canadá, se baseou em uma análise de 48 estudos clínicos realizados com mais de 7 200 adultos obesos ou com sobrepeso. Esses trabalhos olharam para o impacto de dietas que restringem carboidratos, como a do Dr. Atkins, e das que cortam o consumo de gordura em um período de até um ano.
Os pesquisadores concluíram que a diferença entre as duas estratégias é "relativamente pequena". A análise revelou que, em comparação com pessoas que não seguem nenhuma dieta, aquelas que reduzem o consumo de carboidratos emagrecem, após seis meses, 8,6 quilos; e as que seguem a dieta com pouca gordura, 7,7 quilos. No entanto, após um ano, essas duas abordagens parecem surtir os mesmos efeitos (contanto que sejam seguidas corretamente): perda de 7,2 quilos.
Auxílio — Ainda de acordo com a pesquisa, participar de grupos de apoio ao fazer dieta pode ajudar a diminuir o peso em até 3 quilos em seis meses. Já a prática de exercício físico pode colaborar com mais 2 quilos perdidos em um ano. Os resultados foram publicados na edição desta semana da revista médica JAMA.
"Nossos achados são importantes porque muitos pacientes podem ter dificuldade em aderir a dietas restritivas e muito difíceis de serem mantidas. O estudo sugere que os pacientes podem escolher, entre as dietas associadas com as maiores perdas de peso, a que seja menos desafiadora para eles", dizem os autores no artigo.
Fazer dietas rigorosas demais
Regimes restritivos estão fadados a terminar um dia, mas quem sofre com obesidade ou sobrepeso terá que lidar com esse problema para sempre. Dietas que restringem nutrientes essenciais, como carboidratos, proteínas ou gorduras, além de não funcionarem a longo prazo, são prejudiciais à saúde, já que as refeições deixam de ser balanceadas. "O ideal é um planejamento alimentar pensado para cada pessoa, pois cada um tem organismo, genética e rotina diferentes", explica o endocrinologista Bruno Geloneze.
Ter obsessão com a balança
Ansiedade e desânimo podem ser alguns dos sentimentos provocados quando uma pessoa se pesa frequentemente. Uma perda de peso saudável é progressiva e lenta, então não vale à pena criar expecativas quanto a resultados a todo o momento. Aqueles que seguem uma alimentação saudável e praticam exercícios físicos podem não diminuir o peso na balança, mas estão emagrecendo, já que estão substituindo gordura por massa magra. "Além disso, as pessoas não devem se iludir quando perdem peso sem fazer exercícios físicos, pois muitas vezes perderam massa magra, e não gordura", explica Geloneze.
Não procurar acompanhamento profissional
A reeducação alimentar, a escolha da medicação e a prática de exercícios devem ser acompanhados por médicos, nutricionistas e educadores físicos. Quem dispensa os profissionais corre risco de não conseguir emagrecer, prejudicar a saúde e sofrer contusões, por exemplo.
Traçar objetivos impossíveis
Quem pretende emagrecer muito e em pouco tempo pode se decepcionar e acabar desistindo de conseguir um objetivo saudável e mais acessível. Segundo o médico endocrinologista Alfredo Halpern, o ideal é que se perca de meio a um quilo por semana, e não mais do que isso. Para Geloneze, ter uma perda exorbitante de peso é extremamente difícil, e manter tal resultado é impossível.
Ignorar o fator genético
Quem tem uma genética que facilita o ganho de peso não deve se acomodar com essa situação, mas deve levá-la em consideração quando pretende perder peso. "Cada um deve querer emagrecer de acordo com a sua estrutura e nunca comparar o seu peso com o de alguém com tendência a ser magro", explica o endocrinologista João Eduardo Nunes Salles. Segundo os médicos, pessoas com obesidade de grau I ou II que perdem 10% de seu peso, entre 3 e 6 meses, já têm grandes melhoras em problemas cardiovasculares e diabetes, por exemplo.
Pular refeições
Quem deixa de comer durante o dia, ou terá um problema de desnutrição ou não conseguirá manter a restrição alimentar até a noite. Então, somando fome, ansiedade e o estresse acumulado do dia-a-dia, aquele que pulou refeições comerá pior, em maior quantidade e mais rápido à noite, um período do dia em que o organismo está programada para armazenar, e não gastar, energia. Além disso, os médicos afirmam que pular refeições não emagrece. Mesmo em busca da perda de peso, todos devem comer de 3 a 5 vezes ao dia.
Contar somente com os remédios
As medicações devem ser receitadas por um médico e encaradas como coadjuvantes do processo de emagrecimento, e não como protagonistas. Elas devem complementar uma alimentação correta e prática de atividades físicas.
Relaxar depois de emagrecer
Uma pessoa que tem tendência a ganhar peso nunca deixará de ser assim, mesmo depois de emagrecer. Então, ela deve se conformar com o fato de que terá que se controlar para o resto da vida. Alcançar a perda de peso ideal não é motivo para deixar de praticar atividade física, comer corretamente e frequentar um médico. Segundo Halpern, as pessoas não devem se acostumar a ganhar um ou dois quilos, mesmo depois de ter emagrecido vinte.
Exagerar nas atividades físicas
Quem sempre foi sedentário ou está desacostumado a fazer exercícios físicos deve começar aos poucos com as atividades. Caminhadas regulares são as práticas mais indicadas para quem está começando. Iniciar as atividades com esportes violentos ou que exijam muito do corpo pode causar lesões e interromper precocemente algo que deveria ser progressivo. Além disso, é perigoso para pessoas com obesidade que geralmente apresentam problemas cardiovasculares.
Veja
BORGES NETO LUCENA INFORMA
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