Microsoft usa maratonas de hackers para criar app contra assédio e guias para idosos

Uma roda de conversa precedida por uma série de workshops abriram a cabeça do analista de software Diego Castro a um problema recorrente do universo feminino: o assédio sexual. Com a ajuda do amigo analista de negócios, Thiago Chati, chegou à ideia de criar o aplicativo Assédio Zero, uma rede colaborativa com o intuito de mapear os locais em que as pessoas sofreram esse tipo de violência como uma forma de alertar as autoridades.
O Assédio Zero é fruto do "hackathon", organizado pela Microsoft Brasil em parceria com o portal Catraca Livre. O hackathon é uma maratona de desenvolvedores de tecnologia que virou moda entra as empresas para buscar inovação.
Uma das pioneiras a trazer as maratonas hackers ao país, a Microsoft vê no evento uma forma de fortalecer elos com empreendedores e, ao mesmo tempo, criar novas tecnologias para a empresa.

Como funciona

Em um primeiro momento, os maratonistas são introduzidos a um problema social ou a algum produto da empresa que precisa melhorar. Há palestras e workshops sobre os temas. Depois, as ideias são levadas às mesas de discussões, onde ocorrem negociações que viabilizam a prática desses projetos.
Para o gerente de tecnologia e inovação da Microsoft Brasil, Alessandro Loesch Januzzi, os hackathons servem como “pontes entre startups e marcas consolidadas” que buscam a transformação digital e enxergam nesse engajamento uma oportunidade de atualização em um mercado cada vez mais competitivo.
“Reunimos startups de perfis diferentes e pessoas que têm conhecimento em diversas áreas com CEOs (presidentes de empresas) e executivos. Quando colocamos isso na mesa, com empresários dando os inputs (matéria-prima) necessários, a criatividade de quem está ali acaba sendo o próprio limitador de até onde a gente pode ir”, enfatiza Januzzi.
á os ganhos dos envolvidos nos projetos variam em cada maratona. "Geralmente, a remuneração dos desenvolvedores que estão participando do hackathon é justamente o desenvolvimento do projeto", explica o gerente.

Entre Martas

O convívio com as seguidas frustrações da mãe em usar novas tecnologias e uma palestra sobre longevidade inspiraram a designer de experiência do usuário Jacqueline Venturim e as maratonistas Nayana Holanda de Abreu, Silvia Lamanna e Pamela Bembe a desenvolverem uma rede social direcionada ao público idoso que não aceita ficar de fora do mundo digital.
“Uma colega levou a mãe no evento, a Dona Marta, e conversamos com ela para entender quais eram os seus maiores anseios no mundo digital. Ela nos disse que se incomodava em ficar perguntando coisas básicas, como os procedimentos de enviar uma foto no Whatsapp, por exemplo. Então tivemos a ideia de criar uma plataforma em que Martas como ela pudessem se ajudar, tirando dúvidas entre si”, explica Jacqueline.
O sucesso da ideia rendeu às desenvolvedoras uma viagem à Alemanha, onde devem representar o Brasil em um fórum global de tecnologia e inovação. O Empodera Marta é resultado de uma parceria entre a startup em que Jacqueline trabalha e do Hackathon Women’s Health Tech, que também tem apoio da Microsoft.
A Globo também aderiu às hackathons. A terceira edição da maratona hackers da empresa vai acontecer na casa do Big Brother Brasil, nos estúdios Globo, no Rio de Janeiro. A tradição de espiar todos os movimentos e discussões dentro da casa mais famosa do Brasil será mantida. Isso, pelo menos, enquanto durarem as 33 horas em que a hackathon rolar. O G1 transmite ao vivo toda a competição.
G1 

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