Brasileiro procurado pela Interpol por fraudes em fundos de pensão é preso na Itália

A Polícia Federal prendeu na Itália o brasileiro procurado pela Polícia Internacional (Interpol) por fraude envolvendo desvio de recursos em fundos de pensão municipais. As fraudes somam cerca de R$ 1,3 bilhão, de acordo com investigações daOperação Encilhamento.
A prisão do homem, que não teve o nome divulgado pela Policia Federal (PF) ocorreu na terça-feira (12). Investigações da PF da Agência de Imigração Norte-Americana (ICE) apontaram que o suspeito estava em voo que partiu dos Estados Unidos para a Itália. Ele foi preso logo após o desembarque e deve permanecer preso na Itália até que seja julgado o processo de sua extradição para o Brasil.

Operação Encilhamento

A Polícia Federal deflagrou a Operação Encilhamento em abril do ano passado para apurar fraudes envolvendo a aplicação de recursos de institutos de previdência municipais em fundos de investimento com debêntures sem lastro emitidas por empresas de fachada que podem ultrapassar o valor de R$ 1,3 bilhão. A debênture é um título de dívida que gera um direito de crédito ao investidor.
A operação foi nomeada como Encilhamento e é a segunda fase da Operação Papel Fantasma. Policiais Federais e auditores-fiscais da Receita Federal cumpriram dezenas de mandados de busca e apreensão e mandados de prisão temporária expedidos pela 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Mato Grosso, Santa Catarina e Goiás.
Pelo esquema, os administradores criavam empresas de fachada e aplicavam o dinheiro dos trabalhadores de organizações públicas. Só que as empresas não possuíam capital e o trabalhador, que esperava o dinheiro para a aposentadoria, acabava com prejuízo, já que as empresas iam à falência sem ter recursos para o pagamento.
"Emitida a debênture pela empresa de fachada, entrava em cena um consultor de investimento, que se aproximava do instituto de previdência de alguma prefeitura alegando rentabilidade maior dos seus recursos, se trata de regime próprio dos servidores municipais", explicou o delegado Vitor Rodrigues Alves, chefe da delegacia de combate à corrupção e crimes financeiros da PF de SP.
G1 
BORGES NETO LUCENA INFORMA