Representante do Vaticano na França é investigado por assédio sexual

O representante do Vaticano na França, o italiano Luigi Ventura, está sendo investigado sob suspeita de agressão sexual, informou nesta sexta-feira (15) o jornal “Le Monde”. O núncio apostólico de 74 anos teria tocado várias vezes em um funcionário da prefeitura de Paris.
O incidente ocorreu no dia 17 de janeiro em uma tradicional cerimônia em que a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, fazia seus votos para o ano de 2019 às autoridades diplomáticas e religiosas, na sede da administração local.
O funcionário de 26 anos da delegação-geral de Relações Internacionais (DGRI) afirmou que Luigi Ventura o tocou duas vezes: uma na entrada da prefeitura e outra dentro do elevador.
Fontes judiciais disseram ao jornal que a prefeitura comunicou o incidente ao procurador-geral francês, Rémy Heitz, em 23 de janeiro. Uma investigação foi aberta para analisar a conduta de Ventura, que ocupa a função de núncio em Paris desde 2009.
O artigo 40 do Código de Processo Penal francês prevê que "qualquer autoridade constituída, qualquer funcionário público ou empregado" que tomar conhecimento de um crime ou ofensa deve denunciá-lo à procuradoria.

Escândalos

A Igreja Católica está lutando para lidar com escândalos de abuso sexual envolvendo o clero em diferentes países. Recentemente na França, veio à tona o caso das freiras da Comunidade de Saint Jean, que chegavam a ser tratadas como escravas sexuais.
Em vários países, a igreja também enfrenta denúncias contra padres pedófilos.
Nos EUA, um proeminente arcebispo foi removido do poderoso Colégio de Cardeais, após surgirem relatos de que havia molestado um coroinha adolescente e vários outros enquanto ascendia nas fileiras da igreja.
A Suprema Corte da Pensilvânia divulgou um extenso relatório em que lista mais de 300 padres acusados de abuso sexual contra mais de 1000 crianças e detalha o que seria um esforço "sistemático" feito por líderes da Igreja por mais de 70 anos para encobrir os crimes. Já Procuradoria de Illinois denunciou 685 padres suspeitos de pedofilia.
Na Austrália, um bispo foi considerado culpado de encobrir abusos. No Chile, o Papa foi forçado admitir a pouca atenção que deu a um escândalo de abuso envolvendo um padre e bispos acusados ​​de encobrir seus crimes. Após a polêmica, 34 bispos chilenos colocaram seus cargos à disposição do papa.
G1 
BORGES NETO LUCENA INFORMA