Feira Agroecológica de Mari, na Paraíba, ganha logomarca


Uma parceria entre a Prefeitura de Mari, na Zona da Mata Norte da Paraíba, e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) está profissionalizando a comercialização de produtos agrícolas produzidos por agricultores assentados da reforma agrária na Feira Agroecológica do município, localizado a aproximadamente 65 quilômetros de João Pessoa. Uma logomarca foi criada para identificar os feirantes, que vão ganhar aventais, jalecos e bonés, e para padronizar todo o material de divulgação da feira, como banners impressos e digitais.
A Feira Agroecológica de Mari – uma das cerca de cerca de 40 feiras de base agroecológica em funcionamento na Paraíba – funciona todos os sábados, concomitantemente com a feira livre do município, no mercado público, desde março de 2017. As 18 barracas, equipadas com balanças e freezers, reúnem a produção de agricultores familiares das comunidades Pirpiri e Taumatá e dos agricultores dos dois assentamentos da reforma agrária do município, Zumbi dos Palmares e Tiradentes. A feira ainda dispõe de lixeiras e carrinhos de plataforma para a movimentação das mercadorias.
Na feira, os consumidores encontram tubérculos, raízes, frutas, hortaliças e lanches prontos, a exemplo de macaxeira, inhame, batata doce, feijão verde, bolos, tapioca, massa de tapioca, massa de mandioca mole, maracujá, banana, mamão, além de ovos de galinha caipira.
De acordo com Severino Nascimento, secretário de desenvolvimento econômico e agrário de Mari, a Feira Agroecológica do município surgiu como resultado das ações do Colegiado do Território da Cidadania da Zona da Mata Norte, com recursos do Programa de Apoio a Projetos de Infraestrutura e Serviços em Territórios Rurais (Proinf), programa de financiamento do Governo Federal, em parceria com o Governo da Paraíba através da Secretaria de Estado do Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca da paraíba (Sedap).
A gestão da feira é feita de forma compartilhada pelo colegiado, pela Sedap e pela Prefeitura de Mari. “O nosso objetivo é dar condições para os agricultores comercializarem sua produção de forma direta para o consumidor, e garantir ao consumidor um produto saudável, produzido no próprio município”, afirmou Nascimento.
Para fortalecer a produção de hortaliças nos dois assentamentos da reforma agrária, a gestão da feira implantou, no final de maio, hortas agroecológicas com sistemas de irrigação que utilizam energia solar.
Nascimento explicou que a gestão da feira também tem promovido, em parceria com o Sebrae, cursos para a capacitação dos agriculores que comercializam na Feira Agroecológica de Mari. 
Renda e futuro
Uma das agricultoras que comercializam na Feira Agroecológica de Mari é Maria Cristina da Silva Francisco, 22 anos, do Assentamento Zumbi dos Palmares. Na barraca, que até o ano passado era mantida pela sogra, que vive no mesmo assentamento, a jovem vende hortaliças, a exemplo de alface, coentro e couve, além de maxixe e de algumas variedades de banana, como pacovan, prata e maçã.
O dia começa cedo para Maria Cristina, que monta a barraca na feira às 5h e volta para casa no final da manhã. As hortaliças vendidas pela agricultora saem da horta da família de seu noivo, José Marcos Sousa da Silva, 26 anos, e são colhidas às tardes e noites das sexta-feiras.
“Geralmente eu vendo tudo. Às vezes, às 9h30 eu já tenho vendido todas as hortaliças porque tenho uma clientela fixa. Os clientes percebem que os produtos são diferenciados, duram mais na geladeira. Eles falam que quando não conseguem comprar na minha banca dela os produtos têm outra qualidade, estragam mais rápido”, contou a agricultora, filha e nora de assentados.
O casamento de Maria Cristina e José Marcos, que namoram há um ano e meio, deve acontecer em breve, com o reforço do lucro obtido com as vendas na barraca da Feira Agroecológica de Mari. “A renda da feira ajuda muito. Com o dinheiro eu compro coisas que eu tô precisando e coisas pra nossa futura casa, que já estamos construindo”, disse a filha de assentados, que atualmente mora com os pais.
Para ajudar a manter a futura família, Maria Cristina pretende continuar com a banca na feirinha e aumentar a produção de hortaliças.

Assessoria



BORGES NETO LUCENA INFORMA

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