Com desconto e delivery, restaurantes tentam atrair cliente no isolamento social

Descontos, troca de informações direta com o consumidor e delivery são algumas estratégias adotadas por restaurantes de João Pessoa para tentar manter as vendas durante o isolamento social provocado pela pandemia do novo coronavírus e minimizar perdas. Decreto estadual estabelece que bares e restaurantes só podem trabalhar com vendas por delivery na Paraíba. Alguns empresários temem o impacto da medida e cogitam demissões caso o isolamento se estenda.
No restaurante Bessa Brasil as medidas de higiene foram redobradas no preparo da comida e entrega. Os clientes inclusive recebem pequenos frascos de álcool em gel junto ao seu pedido. Tudo está sendo feito na hora, a cada pedido. Além disso, todos os utensílios além de serem higienizados na máquina em alta temperatura, estão sendo desinfetados com álcool líquido 70%.
Funcionário responsável pelas entregas utiliza equipamento de proteção individual (Foto: divulgação/Bessa Brasil)
Os entregadores estão trabalhando com todo material de EPI necessário, luva, máscara, touca, lavam as mãos com frequência e utilizam álcool em gel. Além disso, o contato físico com o cliente é reduzido através do pagamento com transferência bancária.
O restaurante conta com um quadro fixo formado por 28 funcionários, porém, atualmente trabalham apenas cinco, além de dois motoboys. Os demais estão de férias. Para minimizar as perdas, o restaurante aposta no delivery através de um canal direto com o cliente, pelo WhatsApp, onde são oferecidos descontos maiores.
“Estamos oferecendo desconto de até 40% em nossos pratos. Entendemos que esse é um momento crítico, que temos que girar a economia, pois 28 funcionários e suas famílias dependem exclusivamente dessa renda. Esses são os empregos diretos, sem contar com os indiretos. Também temos fornecedores para pagar, impostos”, explicou Sérgio Junqueira, proprietário do restaurante Bessa Brasil.
Redução superior a 60%
Dono de um pequeno restaurante no Centro de João Pessoa, Edson Gama, afirmou que só abrirá o estabelecimento ao público se tudo voltar a funcionar. Caso contrário, ele disse que prefere manter o serviço de delivery, pois teme que possa preparar a comida mas não ter clientes. As perdas chegam a 60% no estabelecimento, que tem atualmente três funcionários afastados.
“Prefiro ficar com o delivery. Não adianta abrir sem ter a clientela para atender. A gente faz um bufê e vende. Prefiro ficar com o delivery porque faz com a quantia certa”, garantiu. Ainda de acordo Edson Gama, antes ele vendia entre 100 e 120 almoços. Hoje faz cerca de 40 pratos para entrega.
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BORGES NETO LUCENA INFORMA