Descumprimentos de protocolos de segurança marcam volta do estadual

Agora é oficial, o Campeonato Paraibano está de volta. Com ele, está de volta também a irresponsabilidade. A partida entre Botafogo-PB e Campinense marcou o retorno do estadual durante a pandemia do novo coronavírus e as quebras do protocolo médico pelas duas equipes.
No caso do Belo, a transmissão do próprio clube flagrou, aos 33 minutos do segundo tempo, o preparador-físico Alexandre Duarte sem a máscara (foto), o que fere o Guia Médico da Federação Paraibana de Futebol (FPF) e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que deixa bem claro que apenas os jogadores titulares, os reservas em aquecimento, e os árbitros podem ficar sem máscara durante o andamento do jogo.
— É obrigatório o uso da máscara também durante o jogo a todos os jogadores reservas e integrantes do banco de reservas, além do quarto árbitro, delegado da partida, gandulas, profissionais de imprensa e de segurança e de todos os presentes na organização do jogo. Estes profissionais poderão também utilizar outros dispositivos para proteção ocular e das mãos nas dependências do local de jogo e treinamento — diz o protocolo estadual.
E mais:
— Somente aos atletas em campo e ao árbitro principal será permitido ficar sem máscaras ou o protetor facial de uso individual (face shield) no tempo de jogo. Os atletas suplentes, durante todo o período do aquecimento também seguirão essa norma — está escrito no protocolo nacional.
As assessorias da FPF e do Botafogo-PB foram contactadas pela reportagem, mas até o momento nenhuma retornou.
Já no lado do Campinense, após a partida, o próprio Instagram do time rubro-negro mostrou uma roda de oração, tradicional no futebol, mas que gera aglomeração e também fere o Guia Médico da FPF e da CBF. Em vários pontos dos protocolos, é frisado que deve-se evitar qualquer tipo de aglomeração, inclusive recomendando um distanciamento de pelo menos um metro entre as pessoas para se evitar qualquer tipo de contato.
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Foto: Reprodução
Quando discorre sobre a volta aos treinos, o documento da Federação Paraibana diz que deve-se manter uma distância mínima de metros nos vestiários.
— Manter distância mínima de 2m nos vestiários, permanecendo o menor tempo possível, além de vir uniformizados de suas casas (em alguns casos, fazendo rodízio de pequenos grupos para evitar aglomerações).
A assessoria do Campinense respondeu aos questionamentos da reportagem.
– Atletas, Staff e dirigentes presentes do vestiário testaram negativo pra Covid-19. Além disso, os envolvidos na partida passaram por medição de temperatura e higienização com álcool 70% constantemente. Também tivemos no plano de segurança a limitação de atletas, dirigentes e Staff. Durante a partida, todos os membros da comissão Técnica, Staff e atletas suplentes permaneceram utilizando a máscara e respeitando o protocolo de segurança. Contudo, nos comprometemos a massificar ainda mais nas próximas partidas as medidas de segurança e de distanciamento dos profissionais no vestiário rubro-negro – afirma a nota da assessoria.

De quem é a culpa?

Não é a primeira vez que os protocolos sanitários são quebrados. No jogo-treino entre Treze e Perilima, no sábado passado (11), o repórter da TV 13 entrevistou dois atletas, que obviamente estavam sem máscara, com o mesmo microfone que usou durante toda a transmissão. A entrevista presencial está vetada pela FPF.
Com isso, o único denominador comum nesses dois jogos é a Federação Paraibana de Futebol. Foi ela quem fez o Guia Médico, que não prevê testagem obrigatórias antes das partidas, e quem incentivou a volta do futebol no estado.
As pontas soltas do programa feito pela FPF resultam em irresponsabilidades do clubes, mas que acontecem muito pela impunidade da própria instituição.

Voz da Torcida


BORGES NETO LUCENA INFORMA