Especialistas apontam crescimento da violência contra a mulher


 A violência contra as mulheres vem aumentando no Brasil desde o início da pandemia, este é um fato comprovado por especialistas, fato esse ‘feminicídio’ que voltou a ser destaque na Paraíba com o provável assassinato da jovem estudante de Medicina, Mariana Thomas de Oliveira, de 25 anos. Para falar sobre esse tema foram ouvidos a professora da aérea do direito Fabiana Cristina Severi; a socióloga Paola Stuker e a advogada Juliana Dantas.

Para a professora Fabiana Cristina Severi, de um modo geral, o País ainda vive um processo em que as mulheres são menos valorizadas. “A sociedade brasileira é constituída por um processo patriarcal, isto é, um sistema de construção de símbolos e percepções que determina o que é ser homem ou mulher, de modo com que estas diferenças resultam em um lugar mais subordinado para as mulheres”, afirma a profissional, destacando também que ao falar de assédio e violência sofridos pelas mulheres, ela analisa que são muitos, tanto nas esferas públicas quanto nas privadas. “Desde o início dos anos 90 tem se falado que a violência doméstica e familiar tem uma maior prevalência”, afirma.

A socióloga, Paola Stuker, ao analisar o tema afirmou: “Quando a pandemia do novo coronavírus chegou no Brasil, a gente ampliou esse cenário de um esfacelamento de políticas públicas voltada à questão das mulheres. Quando a pandemia do novo coronavírus chega, a gente já tem uma pandemia instaurada, uma pandemia de violência contra as mulheres. Há uma banalização da violência contra as mulheres no país”, analisa.

Juliana Dantas, alertou em entrevista à imprensa paraibana nesta semana que as mulheres presas no ciclo de violência doméstica precisam estar atentas, não somente ao histórico dos companheiros, mas aos sinais de um relacionamento abusivo. “Se ele ameaça, se agride fisicamente, se tem arma e é violento, agressivo, é ligar a luz vermelha. Não dá para prever com precisão quando vai acontecer, mas pelos casos que acompanhamos, o feminicida é necessariamente um agressor. Não é que todo agressor seja feminicida, mas um agressor, que já desrespeita a mulher, é um indicativo de que pode chegar a um feminicídio. Neste caso é se afastar e buscar a rede de apoio para sair do relacionamento”, explica a advogada. Ainda de acordo com Juliana Dantas, os primeiros sinais começam antes mesmo de possíveis agressões. O feminicídio, geralmente, precede a escalada de um comportamento violento por parte do homem, começando com um ciúme, que é visto por vezes como um cuidado ou uma preocupação do companheiro, mas que pode trazer um agravamento, passando a ser visto como um relacionamento abusivo. “Às vezes começa como um ciúme, que é até desejado por umas meninas mais jovens, que é sinal que o companheiro se importa, mas a tendência é que vá se agravando. O que começa com um questionamento de uma amizade, uma exigência de ver o celular, ou a proibição de sair com uma determinada pessoa, tende a se agravar para um empurrão, uma agressão física e infelizmente esse ciclo de violência culmina com o feminicídio”, afirmou.

PB AGORA


BORGES NETO LUCNEA INFORMA

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