Uma notícia pode mudar completamente a sua relação com a vida e impactar diretamente todas as pessoas ao seu redor. Isso aconteceu com Luciene Cândido, de 46 anos, quando descobriu, em março do ano passado, que estava com câncer de mama. O diagnóstico da doença que matou 50 mulheres por dia em 2021, de acordo com dados do Ministério da Saúde, não foi uma surpresa agradável para ela.
“Quando eu recebi o resultado, que eu estaria com câncer de mama, na biópsia, parece que o meu mundo caiu. Eu fiquei muito triste, porque é um diagnóstico muito doloroso, ninguém quer ter esse diagnóstico. Mas, assim, Deus, com sua misericórdia… Pedi muito a Deus, entreguei minha vida a ele. Que ele operasse essa doença da minha vida. Ele que ia ser o médico dos médicos”, relatou Luciene.

Luciene durante o tratamento
Apesar do impacto do câncer de mama, o Brasil acumula anos consecutivos de baixa em exames de mamografia. O Panorama da Atenção ao Câncer de Mama no Sistema Único de Saúde (SUS) revelou uma pesquisa que indica a menor taxa de cobertura mamográfica para mulheres entre 50 e 69 anos. Ou seja, apenas 17% das mulheres dessa faixa etária realizaram os exames em 2021, sendo que a meta estabelecida era de 70%.
Mesmo com essa estatística negativa, o estado da Paraíba está conseguindo se recuperar dos números da pandemia. Com 31.658 mamografias realizadas entre janeiro e julho de 2022, esse número se aproxima das 64.377 de 2019, antes da pandemia. E durante o mês de conscientização do câncer de mama, o Outubro Rosa, Fátima Moraes, coordenadora estadual da saúde da mulher, convida as mulheres paraibanas para aumentar esses números.
“No Centro Especializado Diagnóstico do Câncer, que é um serviço do Estado que funciona aqui em João Pessoa, Av. Epitácio Pessoa, ali em frente à Nova Diagnóstica, que é o CEDC, lá a gente atende sem agendamento. Então, a porta de entrada é a Unidade Básica de Saúde (UBS). As mulheres a partir de 40 anos podem ir na UBS, aonde é solicitada a sua mamografia e ela pode ir diretamente para o CEDC sem agendamento prévio”, esclareceu a coordenadora.
Essa estratégia vai ocorrer não só no Outubro Rosa, como também nos meses restantes do ano. Mas a estrutura de prevenção do câncer de mama é integral. Fátima ressalta a importância de a mulher procurar a unidade de saúde mais próxima e não deixar de se cuidar.
“É importante a gente saber que o mês de outubro é um mês dedicado à prevenção e à detecção precoce do câncer de mama. Mas que a gente precisa ter esse cuidado durante todo o ano. Então, a mulher precisa se conhecer, conhecer seu corpo, sua mama. É indicado que no oitavo dia após o primeiro dia de menstruação, ela toque suas mamas e veja se ela sente alguma alteração. Percebeu alguma alteração? É importante procurar o serviço de saúde mais próximo, porque ela aí será encaminhada a realizar sua mamografia”, completou.

Foto: Divulgação / Secom-PB
Todos esses processos destacados serão importantes para que, caso o câncer seja confirmado, ele possa ser tratado o mais rápido possível. A luta do Outubro Rosa é não só combater previamente, como também prevenir todas as mulheres. Para Luciene, a descoberta veio após um exame de rotina antes mesmo de ela sentir o nódulo. E isso foi fundamental para o tratamento ser um completo sucesso.
“Hoje, graças a Deus, eu me sinto curada. Faz um ano que eu terminei meu tratamento, estou em remissão, mas me sinto super bem. Hoje eu sou uma nova mulher. E o que eu digo é: não tenham medo de enfrentar essa doença. Enfrentem, porque quanto mais rápido o diagnóstico, mais rápido é a cura”, disse Luciene Cândido.

Luciene e sua família na última sessão de quimioterapia
Leonardo Abrantes – MaisPB
BORGES NETO LUCENA INFORMA
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