Dados divulgados pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), apontam que a taxa de vacinação infantil no Brasil caiu de 93,1% para 71,49%. A queda brusca é refletida principalmente na cobertura vacinal das crianças: a imunização contra a poliomielite, doença erradicada no país em 1994, tem sido um desafio. A infectologista do Grupo Hapvida NotreDame Intermédica, Silvia Fonseca, faz um alerta sobre a necessidade de proteção.
“Se as pessoas continuarem sem se vacinar, vamos aprender pela dor. Vamos ver os casos de paralisia infantil crescendo e infelizmente algumas crianças vão morrer. Não é alarmismo, é a história de uma doença que já matou muita gente”, pontuou a especialista.
Conforme a médica, era comum que a doença se manifestasse, principalmente, em crianças, mas a poliomielite pode acometer pessoas de todas as idades, desde que não estejam vacinadas. “Qualquer pessoa que não está vacinada e tiver contato com o vírus pode desenvolver a doença, que causa paralisia e pode até matar”, alerta.
Além da paralisia nos membros inferiores, a poliomielite também causa sintomas mais comuns, como dor de cabeça de muita intensidade, vômitos fortes, diarreia, febre, dor no corpo. A infecção também pode levar ao sufocamento, que pode matar. “Ela pode afetar nervos e músculos, inclusive paralisando os músculos da respiração e a pessoa pode morrer sem conseguir respirar, caso não seja imediatamente atendida”, pontuou.
A infectologista do Hapvida NDI ressalta ainda a importância de todas as vacinas para a erradicação de doenças e maior longevidade da população. “As vacinas são um presente da ciência para a humanidade. Muitas doenças podem ser impedidas com a vacina e o Brasil tem um dos maiores sistemas de vacina grátis do mundo”, destacou.
Vacinação
De acordo com o Ministério da Saúde, 65,6% das crianças que fazem parte do público-alvo para receber a vacinação contra a poliomielite foram vacinadas. O estado da Paraíba foi o único a alcançar a meta, com 95% da população-alvo imunizada.
Através da vacinação, cinco doenças foram eliminadas do Brasil: poliomielite, síndrome da rubéola congênita, rubéola, tétano materno e neonatal e varíola. Conforme o órgão, o SUS tem capacidade de vacinar cerca de um milhão de pessoas por dia em todo o Brasil.
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BORGES NETO LUCENA INFORMA
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