Negros e negras ainda lutam por igualdade e vice-presidente da OAB relata avanços, mas critica falta de consciência: "luta sem pausa"

 


A luta é constante e necessária para conseguir tornar realidade o que a Constituição garante em papel. Negros e negras ainda precisam lutar muito para conseguir ascensão e respeito no mercado de trabalho e na sociedade. Essa é a análise da advogada e membro da Comissão Nacional de Promoção da Igualdade Racial da OAB, Rafaella Brandão, em entrevista ao programa Arapuan Verdade, nesta segunda-feira (20), no dia da Consciência Negra. 

"Direitos iguais. Que os negros e negras tenham os mesmos direitos ao que os demais já possuem. Conseguimos 30% para advogados negros. É inconcebível isso na época em que estamos, mas é um avanço para a luta. Hoje existe a obrigatoriedade de chapas com vagas para negros", relatou em entrevista ao programa Arapuan Verdade, nesta segunda-feira (20). 

A advogada ainda lembrou que, na Paraíba, a OAB conta com apenas duas diretoras negras em sua direção. "Apenas eu e outra diretora. Essa política de reparação vai conseguir fazer com que o negro tenha mais espaço em empresas, repartições e essa luta tem que continuar.  Não é só sentar na cadeira e ter a vaga, pois não se tem a fala, não se é ouvida. É permanecer lutando, incansavelmente", reforçou como acompanhou o ClickPB. 

Ao ser questionada sobre o que falta para que haja mais igualdade entre todos, Rafaella lembrou da consciência que ainda é difícil de ver no dia-a-dia. "Por isso a importância de datas como essa. Os negros e negras ainda precisam lutar mais por respeito e por consciência. Que os negros possam nascer negros, pois a auto identificação ainda é difícil. Então, que as pessoas possam ter mais consciência. Muitas expressões preconceituosas já estão inseridas na sociedade. É muito difícil por ser estrutural, mas a gente precisa continuar lutando para que possamos chegar onde queremos", destacou. 

Para ela, infelizmente essa é uma lamentável realidade, situação em que coloca políticas públicas como cotas, instrumento de extrema necessidade para garantir espaço igualitário em universidade e demais instituições. "Quem vem debaixo precisou de auxílios e programas do governo. Se ela conseguir se formar é um milagre nesse país. Muitos negros e negras que podiam estar nas percentagens de vítimas de violência foram beneficiados. Se não fosse essas políticas, quantos negros teríamos em universidades e instituições... Ninguém da minha família se formou, eu sou a primeira. Então, ainda se faz necessária essas políticas", disse. 

 

CLICKPB


BORGES NETO LUCENA INFORMA

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