ProjetoK expõe abandono de casarões históricos no Centro de João Pessoa

 


A exposição do abandono através de um olhar poético é o propósito do Projeto K, desenvolvido pelo jornalista Kubitschek Pinheiro, do Portal MaisPB, em João Pessoa. Utilizando registros visuais de casarões abandonados, o comunicador revela uma perspectiva única do Centro Histórico, chamando a atenção para a necessidade urgente de intervenção e conservação desses prédios.

Clique aqui e confira as postagens de Kubitschek Pinheiro

Diferenciando-se de abordagens pragmáticas de denúncia, Kubitschek, através da lente de seu telefone, vai além da mera documentação da deterioração física dos edifícios. Ele destaca o apagamento da história da Filipéia Nossa Senhora das Neves, resgatando não apenas as ruínas, mas a memória que se desvanece.

Nos registros, o jornalista não apenas expõe os sinais visíveis do abandono, como lixo, paredes pichadas e portas destruídas, mas também revela a beleza oculta que muitos poderiam ignorar em um primeiro olhar desatento.

“O ProjetoK tem por finalidade mostrar o que resta das belezas arquitetônicas da cidade de João Pessoa, e são poucos, e a vasta destruição de prédios e casas abandonadas, algumas casas só tem a fachada e nada mais”, disse o jornalista Kubitschek Pinheiro.

Ao explorar as entranhas desses casarões, Kubitschek encontrou também narrativas de terror. O jornalista relata ter passado por momentos de apreensão e de insegurança no âmbito de um espaço que tem sido negligenciado pelo poder público.

“Consegui entrar no prédio do Ipase e não sei como estou contando essa história. Terremoto é fichinha. O que tem por dentro daquele prédio, no coração do centro de João Pessoa, na rua Duque de Caxias, daria uma série de 10 temporadas”, afirmou.

Jornalista Kubitschek Pinheiro

Iniciado em novembro de 2023, o Projeto K não só revela o estado atual dos casarões históricos, mas também abraça o papel de denúncia do jornalismo e desencadeia discussões sobre a importância da preservação da memória e cultura de João Pessoa.

“Depois que comecei o projeto já vi algumas manifestações do Estado e do município de João Pessoa, anunciando melhorias. Tomara. Mas é preciso ir adiante, ter consciência da decadência que está o centro de João Pessoa, é amar a cidade para zelar por ela”

O jornalista, que chegou à cidade ainda na década de 70, se autodeclara apaixonado centro de João Pessoa, comparando-se ao ‘noivo’ da capital paraibana. Com mais de 50 vídeos inéditos e uma comunidade que supera 40 mil seguidores, o jornalista promete continuar sua missão de não apenas documentar o abandono, mas também despertar um olhar renovado para a riqueza arquitetônica e cultural que resta na cidade.

“Eu cheguei aqui em 1975 e logo me apaixonei pelo centro principalmente – aliás, nunca vi uma paixão tão duradoura, arrebatadora. Quando morei em São Paulo e encontrei o escritor Caio Fernando de Abreu numa Mostra de Cinema Internacional, meio azogado como sou, cheguei e disse a ele – Caio, adoro a sua noiva, ele riu e no dia seguinte em sua coluna da Folha de São Paulo, escreveu que tinha sido abordado por um jornalista paraibano, que adorava a sua noiva. Sabe quem era a noiva dele? São Paulo. Até hoje eu sou o noivo de João Pessoa, de boa, adoro a cidade”, completou.

MAIS PB

FALA PARAÍBA-BORGES NETO

Postar um comentário

0 Comentários