Russo admite uso de documento falso para viver como brasileiro


 Sergei Vladimirovich Cherkasov confessou ter usado documento falso para viver como brasileiro. A audiência do Supremo Tribunal Federal aconteceu em 2022, ano em que ele foi preso.

Durante o interrogatório ao juiz auxiliar do gabinete do ministro Edson Fachin, Sergei não quis um tradutor. Chamou a atenção o português fluente do estrangeiro.

Vivendo em São Paulo, Sergei frequentou universidades internacionais usando a identidade brasileira e chegou a tentar um estágio no Tribunal Internacional em Haia, na Holanda, durante a invasão da Ucrânia, mas foi descoberto. E acabou preso quando voltou ao Brasil.

No depoimento, Sergei não falou sobre espionagem, mas foi categórico num ponto: agora quer voltar para a Rússia.

“Só gostaria de reiterar que eu quero ser extraditado para a Rússia. Eu concordo com as acusações que a Rússia fez. Eu pretendo responder aos fatos dos meus crimes alegados pela Rússia, no meu Estado, o mais rápido possível”, disse.

O governo russo alega que Sergei fazia parte de uma rede internacional de tráfico de drogas e pediu a extradição dele. Em troca, prometeu cooperação jurídica com o Brasil.

Mas em dezembro do ano passado, o ministro Fachin negou o pedido. Segundo o magistrado, Sergei ainda tem pendências com a justiça brasileira.

Entre as acusações, espionagem, lavagem de dinheiro e uso de documento falso. Sergei segue preso na Penitenciária Federal de Brasília.

A Polícia Federal investiga pelo menos outros 8 cidadãos russos que estariam vivendo no país com identidades falsas. O Brasil teria sido escolhido por ter um passaporte forte no exterior – aceito em muitos países sem a necessidade de visto.

A suspeita do esquema de espionagem foi revelada, nesta semana, em uma reportagem do jornal “The New York Times”, pela jornalista Jane Bradley.

O que chamou a atenção da PF foi a autenticidade das certidões de nascimento brasileiras dos suspeitos. A hipótese é que agentes russos tenham vindo ao Brasil ainda durante a guerra fria, nas décadas de 1980 e 1990, e conseguido registrar certidões de nascimento de bebês fictícios em cartórios brasileiros, para uso futuro em missões de espionagem.

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