O padre Sandro Santos em série especial para o ClickPB com o título: “Efeito Halo” promove uma imersão de 21 dias com reflexões e desafios para libertar e fortalecer a mente através da fé e oração. O foco da série se dá sobre a inveja, para entender e combater esse mal. Hoje o religioso comenta sobre a ditadura da performance e “porque sentimos que nunca somos o bastante”.
De acordo com o padre Sandro Santos, “nós estamos vivendo em um tempo em que o valor de uma pessoa parece ser medido de verdade pelo que ela produz. Se você não produz nada, você não tem valor nenhum. Nós somos avaliados pelos resultados. Nós somos avaliados pelos números que geramos, pelos seguidores que temos no Instagram, pelos cargos, pelas conquistas”.
O sacerdote ainda explica que “essa é uma lógica impiedosa de performance. Nasce um dos terrenos mais férteis para inveja, a sensação de que nunca somos suficientes. A comparação deixa de ser apenas pessoal e se torna estrutural. Não estamos mais competindo com uma pessoa específica, mas com um ideal e inaceitável, inalcançável. O melhor. Nós temos que ser o melhor em tudo. A cultura nos diz seja mais rápido, seja mais bonito, seja mais rico, seja mais espiritual, seja mais produtivo, seja mais visível. E cada vez mais que não alcançamos esse mais. Sentimos que ficamos para trás. Somos invisíveis”.
Para finalizar, o padre Sandro Santos comenta que “o sucesso do outro parece reduzir nossas chances de sermos amados, reconhecidos ou até lembrados. E os famosos padres do deserto chamavam essa dinâmica de acídia, uma tristeza espiritual que nasce quando comparamos a nossa vida com expectativas irreais. O monge cai na acídia quando olha para o progresso do outro e esquece o seu caminho. Hoje essa acídia se manifesta no esgotamento. Essa acídia se manifesta na ansiedade do ressentimento que surge quando vivemos tentando alcançar padrões inalcançáveis. A inveja nasce, minha gente, nesse contexto, e não é apenas um pecado, é um sintoma de uma alma esgotada pela tirania do desempenho”.
CLICKPB
BORGES NETO LUCNEA INFOMRA
0 Comentários