Trump diz que 'não está feliz' com acordo de congressistas para evitar novo fechamento do governo

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, diz que não está feliz com o acordo provisório sobre imigração fechado entre parlamentares e democratas para evitar um novo fechamento do governo.
“Não acho que vocês verão um novo shutdown”, disse o presidente a jornalistas na Casa Branca nesta terça-feira (12). Mas tenho que estudar (o acordo). Não estou feliz com ele. Não posso dizer que estou feliz. Não posso dizer que estou empolgado”.
Trump reforçou, porém, que não quer que aconteça uma nova paralisação, mas que, caso isso ocorra, ela será por culpa dos democratas.
Ele tem até sexta-feira para aprovar o plano fechado na noite de segunda-feira pelos congressistas para evitar que o “shutdown” aconteça. No início do ano, o governo já passou por 35 dias de paralisação, a maior da história, com 800 mil funcionários sendo diretamente atingidos pela falta ou atraso de pagamento de salários.
Em 25 de janeiro, Trump aceitou um acordo provisório para reabrir o governo que concedeu três semanas para que fosse negociada uma solução para a questão migratória entre democratas e republicanos. Ao longo desse período, o presidente se mostrou inflexível e disse mais de uma vez que não abriria mão da inclusão de seu projeto de muro no orçamento. Os democratas, por sua vez, sempre afirmaram que se recusariam a aprovar a medida.

Barreiras de aço

Ainda não foram divulgados detalhes do acordo fechado na noite de segunda-feira, mas, segundo a imprensa americana, a negociação inclui US$ 1,375 bilhão (aproximadamente R$ 5,1 bilhões) para a construção de barreiras verticais de aço na fronteira com o México, e não um muro sólido, como deseja o presidente Donald Trump. O valor acordado permite a construção de 89 km de barreiras.
O valor é muito inferior ao exigido inicialmente pelo mandatário americano para a construção do muro de concreto. Em dezembro, Trump queria US$ 5,7 bilhões (cerca de R$ 21,14 bilhões) para a construção de 215 km de muros.
Por outro lado, o acordo omitiria um limite máximo de imigrantes detidos no país, item que era uma exigência democrata, segundo o jornal "The Washington Post".
Os democratas argumentam que, ao permitir que o Serviço de Imigração e Alfândegas dos EUA (ICE) aumente o número de leitos de detenção de 40.520 para 52.000, como quer a administração Trump, a agência terá a capacidade de perseguir uma faixa maior de imigrantes sem documentos, incluindo aqueles sem antecedentes criminais. Os democratas defendem limitar a capacidade dos centros de detenção para 35.520 pelo restante do ano fiscal de 2019.
Mas os republicanos veem o número de leitos de detenção como crucial para limitar a liberação de imigrantes detidos enquanto aguardam as audiências que determinarão se podem ou não ficar no país.
G1 
BORGES NETO LUCENA INFORMA