Pelo menos 30 crianças estão em risco de ficar com alguma deficiência física permanente, devido à demora para realização de cirurgias ortopédicas no Hospital Infantil Arlinda Marques, em João Pessoa. Segundo informou nesta sexta-feira (24) a promotora de Defesa da Saúde, Maria das Graças Azevedo Santos, uma ação civil pública foi ajuizada e a direção da unidade foi convocada para uma audiência na segunda-feira (27).
A assessoria de comunicação informou que a Gerência de Regulação e Avaliação da Assistência (Gerav), da Secretaria de Estado da Saúde (SES), o Complexo Hospitalar Arlinda Marques ainda não é habilitado junto ao Ministério da Saúde na especialidade de ortopedia para receber do Sistema Único de Saúde (SUS). Um processo licitatório foi aberto para aquisição de próteses com recursos próprios do estado.
De acordo com a promotora da Saúde de João Pessoa, o problema foi identificado durante uma inspeção realizada em conjunto com o Conselho Regional de Medicina (CRM) na quarta-feira (22). Na oportunidade, foram identificadas diversas falhas cometidas pelo hospital, dentre as quais a paralisação do setor de cirurgias ortopédicas.
“Detectamos, ainda, a superlotação nos setores da recepção do ambulatório e da urgência, além da falta de materiais básicos de higienização”, acrescentou a promotora. Ela comentou que, por não serem cirurgias de urgência e emergência, esses procedimentos são adiados, gerando riscos de problemas futuros aos pacientes infantis. Diariamente, cirurgias são canceladas devido à insuficiência dos três leitos de cirurgia existentes.
O diretor administrativo do Complexo Pediátrico Arlinda Marques, Jailson Vilberto, em entrevista à rádio CBN, informou que não existe cancelamento de cirurgias no hospital, mas reconheceu que algumas são adiadas para que sejam atendidas demandas judiciais e prioridades. Ele também informou que, no ano passado, houve um aumento de 107% nas cirurgias realizadas no hospital.
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