A Secretaria de Estado da Saúde (SES) investiga de 18 novos casos de microcefalia na Paraíba e na terça-feira (17) cria protocolo para notificar e consolidar dados clínicos, epidemiológicos e diagnósticos dos pacientes, visando identificar possível alteração do padrão epidemiológico da microcefalia e fatores relacionados à sua ocorrência. Neste ano, a Secretaria de Saúde confirmou três casos da doença. Um dos quais evoluiu para o óbito, mas a causa básica não foi relacionada à microcefalia e sim à ausência congênita dos dois rins. Os casos foram registrados em Cabelo, São Miguel de Taipú e Sapé.
A decisão da SES foi tomada após o Ministério da Saúde chamar atenção da incidência da microcefalia em Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba.
A partir da semana que a SES decidiu produzir um boletim semanal de novas informações. A gerente executiva da Vigilância em Saúde da SES-PB, Renata Nóbrega, revelou nesta sexta-feira (13) que as informações coletadas foram observada aumento do número de casos de nascidos vivos com microcefalia e microcefalia intrauterina no Estado. "No entanto, os novos casos estão em processo de investigação através de coleta de dados clínicos, epidemiológicos e diagnósticos destes pacientes".
A gerente executiva da Vigilância em Saúde solicitou aos serviços de saúde, públicos e privados que comuniquem imediatamente os casos de microcefalia, conforme definição do caso exposto na nota técnica. "O evento é de interesse da saúde pública e todos os casos com a definição descrita devem ser notificados. Além disso, a partir do registro da notificação, seguir o fluxo laboratorial para o Laboratório Central de Saúde Pública da Paraíba (Lacen-PB)", alertou.
Renata Nóbrega disse ainda que ainda não existe causa comprovada para o possível aumento do número de casos de recém-nascidos com microcefalia, mas há uma suspeita de ligação com doenças exantemáticas, a exemplo do zikavírus, chinkungunya, dengue, herpes, sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus e parvovírus. Ela frisou, contudo, que "ainda não é possível fazer relação desse evento com nenhuma doença". "A causa já está sendo investigada", pontuou.
A secretária executiva de saúde, Maura Sobreira, destacou, durante a reunião, que os serviços de saúde da rede estadual estão preparados para atender e acolher crianças e gestantes com exames e tratamento adequados. "Já temos uma reunião agendada com todos os gestores das maternidades da rede estadual na próxima terça-feira (17) e a nossa intenção é potencializar o diálogo com os profissionais. Temos o Instituto de Saúde Elpidio de Almeida (Isea), em Campina Grande, como referência, além da retaguarda do Lacen para o suporte de diagnóstico de saúde pública no que se refere aos processos de investigação", afirmou.
A microcefalia é uma anomalia que se caracteriza por um crânio de tamanho menor que o da média. O ministério foi acionado pela Secretaria de Estado da Saúde de Pernambuco, que observou o aumento drástico da anomalia nos últimos quatro meses. Foram identificados 141 casos em recém-nascidos em 44 municípios de Pernambuco este ano. De acordo com o ministro, a média de casos para o estado era de dez por ano, o que representa um aumento incomum. Nas crianças e nas gestantes, estão sendo realizados exames clínicos, de imagem e laboratorial, conforme protocolo definido pelo Ministério da Saúde e Secretaria de Saúde de Pernambuco. É importante esclarecer que as investigações estão em andamento e, até o momento, não há definição da causa do agravo, seja infecciosa ou não.
Entenda a microcefalia - Em nota enviada à imprensa, o Ministério da Saúde ressaltou que a microcefalia não é um agravo novo. Trata-se de uma malformação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Na atual situação, a investigação da causa é que tem preocupado as autoridades de saúde. Neste caso, os bebês nascem com perímetro cefálico (PC) menor que o normal, que habitualmente é superior a 33 cm. Esse defeito congênito pode ser efeito de uma série de fatores de diferentes origens, como as substâncias químicas, agentes biológicos (infecciosos), como bactérias, vírus e radiação.
Crianças que nascem com microcefalia podem ter o desenvolvimento cognitivo debilitado. Não há um tratamento definitivo capaz de fazer com que a cabeça cresça a um tamanho normal, mas há opções de tratamento capazes de diminuir o impacto associado com as deformidades.
Segundo o Ministério da Saúde, o estado de emergência em saúde pública garante que os serviços de saúde tratem a questão da microcefalia com prioridade. A investigação das possíveis causas do aumento vai ser feita em conjunto por equipes do Ministério da Saúde e dos governos estaduais e municipais.
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