Maduro pede que todos os ministros coloquem seus cargos à disposição


O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu a todos os seus ministros coloquem seus cargos à disposição. Segundo publicação no Twitter da vice-presidente Delcy Rodríguez, a solicitação faz parte de "uma profunda reestruturação dos métodos e funções do governo bolivariano, para proteger a pátria de Bolívar e Chávez de qualquer ameaça". 
A possível reorganização vem logo após um apagão de dez dias que paralisou o país, que já vinha experimentando um colapso econômico hiperinflacionário, escassez de alimentos e remédios e a emigração de milhões de cidadãos.

O presidente venezuelano não ofereceu um balanço dos danos gerados pelo blecaute e acusou a oposição e o "imperialismo" de um ataque cibernético perpetrado pelos Estados Unidos e de sabotagem pela oposição doméstica. Mas engenheiros elétricos locais disseram à Reuters que o apagão foi o resultado de anos de falta de investimento e manutenção das usinas elétricas e da rede elétrica do país.
Maduro tem repetidamente mudado membros do gabinete desde que assumiu o cargo, em 2013, com membros do Exército subindo para cargos-chave, como o comando dos ministérios do petróleo, interior e eletricidade. Em uma visita a trabalhadores do setor elétrico no sul do estado de Bolívar, no sábado, Maduro prometeu uma reestruturação da estatal Corpoelec e prometeu criar uma unidade nas Forças Armadas focada na proteção de infraestruturas essenciais contra ataques cibernéticos.
O presidente venezuelano também pediu aos aliados que permanecessem em "resistência ativa".
— Chegou a hora da resistência ativa nas comunidades, informando, ajudando, promovendo ações de solidariedade — disse ele na semana passada.
Alguns chavistas interpretam esse anúncio como um chamado aos "grupos de choque" antes da ameaça de um golpe de Estado.
Enquanto isso, o líder da oposição, Juan Guaidó, iniciou uma turnê por todo o país que ele chamou de "Operação Liberdade" e cujo objetivo final é recuperar o Palácio de Miraflores como o centro do Poder Executivo. A maioria dos países ocidentais reconheceu Guaidó como o líder legítimo do país.

Ferido em incidente antes da visita da ONU

Neste domingo, também na Venezuela, uma pessoa ficou ferida durante a visita de um funcionário da Organização das Nações Unidas a um hospital em Barquisimeto (Noroeste), segundo a ONG Médicos Unidos. Em meio a manifestações de aliados do governo e opositores, um grupo de pessoas, que não participaram do protesto, começou a atirar pedras em oponentes, incluindo médicos e outros profissionais de saúde.
A missão da ONU, composta por cinco pessoas, está na Venezuela desde 11 de março e permanece até a próxima sexta-feira. Seu objetivo é conhecer a situação dos direitos humanos do país petroleiro, mergulhado na pior crise socioeconômica de sua história moderna, com escassez de alimentos e remédios e hiperinflação.
O Globo 

BORGES NETO LUCENA INFORMA