Descoberto molusco que come pedras e transforma em areia

Um animal que se alimenta de rochas e as transforma em areia foi encontrado na ilha de Bohol, nas Filipinas. O bicho tem aspecto vermiforme e pode chegar a 10 centímetros de comprimento.
Uma equipe de biólogos criou um novo gênero para classificar a espécie, pois ele é diferente dos outros bivalves. “Tivemos de criar um novo gênero, o que é um tipo de ‘próximo nível’ na taxonomia”, contou em comunicado Dan Distel, diretor do Ocean Genome Legacy Center da Northeastern University, nos Estados Unidos. 
O organismo foi batizado de Lithoredo abatanica porque faz parte da família “thoredo” e “lito”, que significa “pedra”, além de ter sido encontrada no Rio Abatan. “Essa espécie é encontrada apenas em um trecho deste rio nas Filipinas que percorre cerca de três a cinco quilômetros”, disse Distel.
Lithoredo abatanica ostenta uma espécie de “broca” para raspar materiais duros, como o calcário. Ele tem dezenas de pequenos dentes — o que o difere do mecanismo de seus “parentes”, que consiste em centenas de protuberâncias minúsculas e abrasivas.
Lithoredo abatanica é um molusco biválve tão diferente de seus "parentes" que um novo gênero precisou ser criado para sua classificação (Foto: Reprodução Youtube/Northeastern)
LITHOREDO ABATANICA É UM MOLUSCO BIVÁLVE TÃO DIFERENTE DE SEUS “PARENTES” QUE UM NOVO GÊNERO PRECISOU SER CRIADO PARA SUA CLASSIFICAÇÃO (FOTO: REPRODUÇÃO YOUTUBE/NORTHEASTERN)
Quando ingerem as rochas, micróbios presentes em seu sistema digestivo transformam essas lascas em uma “sopa nutritiva” que lembra areia. Este fato foi comprovado por análises de raios X nas pedras habitdas pelos animais. 
“O que é mais notável é o que nós não sabemos. A rocha não tem nutrientes, então não há nada de que esse animal possa viver. Então isso nos diz que [o organismo] dever estar fazendo outra coisa — e essa outra coisa dever ser realmente interessante”, apontou Distel. 
Além de comer pedras, os L. abatanica moram dentro delas e, para os especialistas, estudar a espécie pode dar mais pistas sobre seus antepassados e sobre a preservação geológica. Eles também pretendem analisar as bactérias em seu intestino, pois elas poderiam fornecer fontes de fármacos — novas classes de antibióticos, por exemplo.

Revista Galileu





BORGES NETO LUCENA INFORMA

Postar um comentário

0 Comentários