Índice de Preços ao Produtor (IPP) sobe 1,39% em novembro

 

Em novembro de 2020, os preços da indústria subiram 1,39% frente a outubro de 2020. Houve altas de preços em 19 das 24 atividades avaliadas. O acumulado no ano atingiu 18,92% e o acumulado em 12 meses chegou a 19,69%.

PeríodoTaxa
Novembro de 20201,39%
Outubro de 20203,41%
Novembro de 20190,88%
Acumulado no ano18,92%
Acumulado em 12 meses19,69%

O Índice de Preços ao Produtor (IPP) das Indústrias Extrativas e de Transformação mede os preços de produtos “na porta de fábrica”, sem impostos e fretes, e abrange as grandes categorias econômicas: bens de capital, bens intermediários e bens de consumo (duráveis, semiduráveis e não duráveis).

Em novembro de 2020, os preços da indústria subiram, em média, 1,39% frente a outubro de 2020, mês em que foi registrada a maior alta (3,41%) da série histórica deste indicador, que teve início em janeiro de 2014. As quatro maiores variações foram observadas em móveis (4,03%), borracha e plástico (3,58%), fumo (-2,91%) e alimentos (2,76%). Já os que mais influenciaram o resultado foram alimentos (0,71 p.p.), refino de petróleo e produtos de álcool (0,15 p.p.), metalurgia (0,14 p.p.) e borracha e plástico (0,13 p.p.).

Imagem: divulgação/IBGE

O acumulado no ano atingiu 18,92%, contra 17,29% em outubro/2020. As atividades que tiveram as maiores variações percentuais nesta perspectiva foram: indústrias extrativas (47,23%), alimentos (32,01%), metalurgia (31,83%) e madeira (31,07%). E os setores de maior influência foram: alimentos (7,53 p.p.), indústrias extrativas (2,13 p.p.), metalurgia (1,85 p.p.) e outros produtos químicos (1,78 p.p.).

No acumulado em 12 meses, a variação de preços foi de 19,69%, contra 19,09% em outubro. As quatro maiores variações de preços ocorreram em indústrias extrativas (43,52%), alimentos (35,19%), metalurgia (31,08%) e madeira (29,92%); enquanto os setores de maior influência foram alimentos (8,13 p.p.), indústrias extrativas (2,02 p.p.), metalurgia (1,83 p.p.) e outros produtos químicos (1,66 p.p.).

A variação de preços de 1,39% em relação a outubro repercutiu da seguinte maneira entre as grandes categorias econômicas: 0,28% em bens de capital; 1,45% em bens intermediários; e 1,52% em bens de consumo, sendo que 0,85% foi a variação observada em bens de consumo duráveis e 1,66% em bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

A influência das Grandes Categorias Econômicas sobre o IPP foi: 0,02 p.p. de bens de capital, 0,81 p.p. de bens intermediários e 0,56 p.p. de bens de consumo. No caso de bens de consumo, 0,05 p.p. se deveu às variações de preços observadas nos bens de consumo duráveis e 0,51 p.p. nos bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

No acumulado no ano, as variações de preços da indústria atingiram, até novembro, variação de 18,92%, sendo 17,68% a variação de bens de capital (com influência de 1,32 p.p.), 23,75% de bens intermediários (12,69 p.p.) e 12,56% de bens de consumo (4,91 p.p.). No último caso, este resultado foi influenciado em 0,69 p.p. pelos produtos de bens de consumo duráveis e 4,22 p.p., pelos bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

Imagem: divulgação/IBGE

Na comparação novembro 2020/novembro 2019, a variação de preços da indústria alcançou 19,69%, com as seguintes variações: bens de capital, 17,86% (1,34 p.p.); bens intermediários, 23,95% (12,86 p.p.); e bens de consumo, 14,15% (5,49 p.p.), sendo que a influência de bens de consumo duráveis foi de 0,68 p.p. e a de bens de consumo semiduráveis e não duráveis de 4,81 p.p.

A seguir os principais destaques:

Indústrias extrativas: depois de sete resultados positivos, a variação de novembro contra outubro foi negativa (-2,05%). Com isso, o acumulado no ano recuou de 50,31%, em outubro, para 47,23%, em novembro. No acumulado em 12 meses, houve também um recuo, passando de 53,64%, em outubro, para 43,52%, em novembro.

O destaque do setor se deve ao fato de ser a maior variação no acumulado no ano e no acumulado de 12 meses, e a segunda influência nos mesmos indicadores (2,13 p.p. e 2,02 p.p., respectivamente).

Alimentos: em novembro, os preços do setor variaram, em média, 2,76%, o quinto aumento consecutivo, ainda que este tenha sido o menor entre eles (em outubro havia sido 4,67%). Com isso, no acumulado no ano a variação passou de 28,46%, em outubro, para 32,01%, a maior variação tanto para novembro quanto para qualquer ponto da série. Por fim, na comparação novembro de 2020 contra novembro de 2019, os preços mais recentes estiveram 35,19% superiores.

O destaque dado ao setor se deveu a ser, em termos de variação, a quarta maior (em módulo) na comparação com outubro, e a segunda maior nas comparações contra dezembro de 2019 e contra novembro de 2019. Já em termos de influência, foi a primeira nas três comparações, sendo sua influência no resultado mensal de 0,71 p.p., em 1,39%; no acumulado, 7,53 p.p., em 18,92%; e no acumulado em 12 meses, 8,13 p.p., em 19,69%.

Apesar da apreciação do real frente ao dólar em novembro (3,7% em relação a outubro), o mercado externo continuou impactando os preços do setor.

Os grupos ligados à carne, à soja, à cana de açúcar e ao arroz tiveram variações superiores à média setorial. Os preços do setor subiram 2,76% frente ao mês anterior e as variações de “abate e fabricação de produtos de carne” (4,98%) e de “fabricação de óleos e gorduras vegetais e animais” (2,80%) foram maiores

No acumulado no ano (32,01%), a variação média dos produtos de “fabricação de óleos e gorduras vegetais e animais” foi de 66,66%; a dos produtos de “moagem, fabricação de produtos amiláceos e de alimentos para animais”, de 40,59%; e a dos produtos de “fabricação e refino de açúcar” foi de 35,60%.

No acumulado em 12 meses, estão acima dos 35,19% do setor, “fabricação de óleos e gorduras vegetais e animais” (70,95%) e “moagem, fabricação de produtos amiláceos e de alimentos para animais” (41,41%).

Refino de petróleo e produtos de álcool: com a segunda alta (1,91%) consecutiva frente ao mês anterior (contra 2,35% em outubro), o acumulado no ano saiu de -11,94% em outubro para -10,26% em novembro. O acumulado em 12 meses permaneceu negativo (-6,74%), com queda menos intensa que a de outubro (-8,92%).

O destaque dado ao setor se deveu ao fato de ter sido, na comparação com mês anterior, a segunda maior influência, 0,15 p.p., em 1,39%.

De modo geral, as variações de preços foram positivas, tanto entre os produtos destacados pela variação (que estão entre os de menor peso no cálculo do agregado do setor), quanto pela influência (os de maior peso). A única exceção, e com impacto apenas na influência, é “gasolina automotiva ou para outros usos, exceto para aviação”.

Outros produtos químicos: a indústria química, no mês de novembro, apresentou variação média de preços, em relação a outubro, de 0,79%, quinto aumento consecutivo, mas a menor variação positiva no ano. Desta forma, o setor acumulou alta de 23,04% em 2020, superior em cerca de 28 p.p. à acumulada até novembro de 2019 (–4,89%). Esse acumulado foi o segundo mais alto da série do IPP para os meses de novembro, superado apenas pelo de novembro de 2018 (23,35%). O acumulado em 12 meses alcançou 20,90%, maior valor desde novembro de 2018 (23,47%). Esses resultados estão ligados, principalmente, à alta dos preços internacionais e à depreciação do real frente ao dólar que, em 2020, chegou a 31,9%.

Em relação aos grupos econômicos da atividade, os destaques foram as variações ocorridas em “fabricação de resinas e elastômeros”, com 4,51%, desta forma acumulando 53,02% de variação no ano e 48,25% no acumulado nos últimos 12 meses. Outro grupo econômico que merece destaque é “fabricação de produtos químicos inorgânicos”, com 0,09% no mês, de 19,60% no ano, de 17,14% nos 12 meses. Finalmente, o grupo “fabricação de defensivos agrícolas e desinfetantes domissanitários” alcançou, no mês, uma variação negativa de -2,78%; no ano, 12,04% e 11,67% em 12 meses.

Em relação aos quatro produtos que mais influenciaram o resultado no mês (0,12 p.p. em 0,67%), houve aumento de preços em dois deles, a saber: “policloreto de vinila (PVC)” e “polipropileno (PP)”. Entretanto, “adubos ou fertilizantes à base de NPK” e “herbicidas para uso na agricultura” tiveram, em média, queda de preços.

Borracha e Plástico: a fabricação de produtos de borracha e de material plástico apresentou variação média de preços de 3,58% no indicador de novembro em relação ao mês anterior. Esta foi a sexta variação positiva consecutiva, a maior de toda a séria histórica, com início em dezembro de 2009, e ocorre após dois recordes do setor até então (2,76% em setembro e 3,02% em outubro).

Essa variação de novembro frente ao mês anterior foi a segundo maior, entre todos os setores analisados na pesquisa, além de representar a quarta maior influência.

Com isso, a atividade acumula, em 2020, uma variação de 16,09%, maior resultado do setor neste indicador em toda a série histórica. A título de comparação, em 2019 o setor acumulou variação de 0,46% até o mês de novembro. E no resultado acumulado nos últimos 12 meses, novamente o valor de novembro se destaca como o maior da série para o indicador, 15,62%.

Dos produtos que mais influenciaram o resultado na comparação com o mês anterior, todos pertencem ao grupo de “fabricação de material plástico” e impactaram positivamente o indicador. São eles: “tubos ou canos de plásticos, não reforçados, para construção civil”, “filmes de material plástico (inclusive BOPP) para embalagem”, “sacos de material plástico para embalagem ou transporte” e “artigos de plástico para uso doméstico”. Estes quatro produtos, somados, totalizaram 1,78 p.p. da variação do IPP frente a outubro (3,58%). Ou seja, os demais 27 produtos da atividade contribuíram com 1,80 p.p.

Metalurgia: frente a outubro, houve alta de 2,24%, quinta variação positiva seguida na atividade. Com esse resultado o setor de metalurgia acumulou, no ano, uma variação de 31,83% e, nos últimos 12 meses, 31,08%. Os dois valores de acumulado são os maiores desta atividade em toda a série do IPP, iniciada em janeiro de 2010. Uma análise dos números-índices indica que, entre dezembro de 2018 (base da série atual) e novembro de 2020, os preços do setor tiveram uma variação acumulada de 29,61%.

Considerando os grupos econômicos da atividade, o siderúrgico apresentou uma variação de 5,16%, desta forma acumulando 33,61% de variação no ano e 30,90% no acumulado dos últimos 12 meses.

Do ponto de vista dos produtos que mais influenciaram o resultado no mês, houve um raro caso no qual a influência dos quatro produtos mais relevantes teve uma direção contrária ao resultado da atividade, com -0,04 p.p. contra uma variação total de 2,24%. Isso ocorreu devido à queda de preços médios do “ouro para usos não monetários” e do “ferronióbio”, queda que não foi totalmente compensada pelo aumento de preços de “lingotes, blocos, tarugos ou placas de aços ao carbono” e de “chapas e tiras, de alumínio, de espessura superior a 0,2 mm”.


Agência IBGE



BORGES NETO LUCENA INFORMA

Postar um comentário

0 Comentários