Pazuello culpa governo estadual pela crise em Manaus


 Em depoimento à CPI da Covid, o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello afirmou que sua pasta era favorável a uma intervenção no estado do Amazonas, mas que foi decidido em contrário durante reunião de ministros, com a presença do presidente Jair Bolsonaro.

"Essa decisão não era minha. Ela foi levada ao conselho de ministros. O governador se apresentou ao conselho de ministros e se justificou. E foi decidido, nesse conselho, que não haveria", afirmou.

"Foi levado à reunião de ministros com o presidente. E o governador, presente, se explicou, apresentou suas observações. E foi decidido pela não intervenção. Foi dessa forma que aconteceu", completou.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da comissão, voltou ao assunto posteriormente e afirmou que a decisão para uma intervenção federal cabe ao presidente da República e que ele seria então o responsável pela decisão de não interferir. O pedido de intervenção havia sido feito no fim de abril, pelo senador Eduardo Braga (MDB-AM).

Pazuello também alterou levemente uma resposta em relação à data em que soube do problema da falta de oxigênio em Manaus. O ex-ministro voltou a repetir que apenas soube no dia 10, à noite. No dia anterior, havia dito que uma conversa telefônica com autoridades do estado do Amazonas, no dia 7, não havia tratado do assunto oxigênio.

Nesta quinta-feira, após ter sido confrontado com um documento que mencionava a questão do oxigênio na conversa do dia 7, afirmou que se tratou apenas da logística de oxigênio para cidades do interior do Amazonas e que em nenhum momento foi alertado do problema da falta de cilindros.

O ex-ministro também atribuiu ao estado do Amazonas a responsabilidade pelos problemas em Manaus cabe à Secretaria estadual de Saúde e não ao Ministério da Saúde.

"No momento que a secretaria deixa de acompanhar o processo e se antecipar ao processo, a responsabilidade quanto a isso é clara no sistema: é da Secretaria de Saúde do Estado do Amazonas, ponto", afirmou.

USO DE MÁSCARA                                          
O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello se desculpou por ter entrado em um shopping de Manaus sem máscara, no fim de abril. O pedido de desculpas havia sido solicitado pelo senador Eduardo Braga (MDB-AM). Pazuello explicou que estava sem máscaras, porque precisava comprar uma nova. Perguntou para a pessoa que media a temperatura na entrada onde poderia comprar e se poderia ir até lá. Disse que andou apenas oito metros sem máscara até o local.
O ex-ministro também disse que é favorável e "divulgador pessoal" da importância do uso de máscara.

APLICATIVO TRATECOV                         
Em depoimento à CPI da Covid, o ex-ministro da Saúde afirmou que o aplicativo TrateCov foi divulgado ainda em fase de protótipo e que depois acabou hackeado, sendo colocado indevidamente no site do Ministério da Saúde.

O aplicativo receitava hidroxicloroquina até para bebês e é um dos pontos mais polêmicos da gestão Pazuello, sendo um dos motivos pelo qual ele é alvo de inquérito. O ex-ministro explicou que um hacker roubou a plataforma e depois incluiu na rede digital do governo. A intenção, segundo o ex-ministro, era agilizar o processo de diagnóstico de casos de covid-19.

"No dia que descobrimos que foi hackeado, eu mandei tirar do ar imediatamente", afirmou o ministro. "O hacker é tão bom que ele conseguiu colocar o aplicativo em uma matéria na TV Brasil", ironizou o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), citando o fato de que o aplicativo foi anunciado em evento oficial em Manaus."Tudo que poderia ter sido para usar o povo amazonense de cobaia foi feito", disse Omar.

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