Procura por melhor expectativa de vida aumenta interesse por atividades de promoção à saúde em João Pessoa

 


A Paraíba soma mais de 4 milhões de habitantes e João Pessoa, com seus mais de 825 mil moradores, se apresenta como o local de acolhimento para uma população que aumenta a cada ano e cuja expectativa de vida está entre as mais altas do Nordeste e do país, com a projeção de 72,9 anos para homens e 80,3 anos para as mulheres até 2031. Já nos últimos dez anos, a média de anos de vida passou de 72,2 para 74,8 entre os paraibanos. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E o que tem ajudado na qualidade de vida e saúde dos paraibanos? A prática de atividade física.

A capital do verde e do mar está sempre de braços abertos para acolher paraibanos e turistas, seja de outros estados do Brasil ou do mundo, que buscam uma coisa em comum: viver mais e melhor. E os números mostram essa procura por mais saúde. De 2011 a 2021, o percentual médio de pessoas, com 18 anos ou mais, que praticam pelo menos 150 minutos de atividade física, no tempo livre, aumentou 21%, em João Pessoa. 

Os dados são de pesquisas da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde e mostram que a busca por atividades físicas tem crescido principalmente entre as pessoas do sexo feminino.

A servidora pública Verlândia Farias de Sousa, de 64 anos, é exemplo de dedicação. Além da caminhada diária, ela aderiu às práticas de saúde holísticas e integrativas, praticando biodança e danças circulares, no Espaço Vida da Unimed-JP. O objetivo é um só: ter saúde física e mental para enfrentar os desafios da vida. “Meu interesse por essas atividades surgiu pela necessidade. Eu atravessava um momento difícil com minha mãe, que tinha Alzheimer. Então, participar dessas aulas foi o casamento perfeito, porque me trouxe equilíbrio nos dias mais difíceis, me trouxe saúde para o corpo e para a mente”. 

Foto: Dayse Euzébio


Verlândia Farias destaca ainda o apoio dos profissionais de saúde que a acompanham nessa rotina saudável. “A orientação dos profissionais é essencial para que a gente tenha bons resultados”, diz. O educador físico Raoni Oliveira reforça essa importância e lembra que a prática deve ser prazerosa. “Uma das formas de sentir prazer na atividade escolhida, basicamente, é fazer algo que a pessoa goste ou tenha afinidade. As academias de musculação são muito vantajosas pela segurança, horários e até mesmo localização. Pela sua versatilidade, notamos desde idosos que buscam por atender indicação médica até atletas que querem melhorar o rendimento. É importante que o indivíduo possa testar qual dessas atividades encaixa melhor no perfil e principalmente conversar com um profissional de Educação Física competente que consiga entender as demandas e buscar soluções para deixar a musculação não ser monótona”, explica.

Exercícios e pandemia 

O motorista Pedro Diniz, de 43 anos, tornou-se adepto das atividades físicas durante a pandemia. Ele lembra que foi uma maneira de manter a mente ativa e lidar com o isolamento social. “Eu estava me sentindo muito ansioso, com medo do futuro e isso interferiu na minha saúde, engordei e fiquei hipertenso. Por recomendação médica comecei a fazer exercícios em casa e quando as coisas foram voltando a abrir, comecei a caminhar na praia e fui pra academia. Senti muita diferença e continuo praticando”, revela.

O educador físico concorda que a busca por atividades, seja ao ar livre ou nas academias, tem aumentado, sobretudo nesse retorno da rotina normal após o período mais crítico da pandemia Covid-19. “Para muitas pessoas afetadas pelo Covid-19 a volta ao normal não foi tão simples e a atividade física está sendo aliada para as pessoas que precisam de reabilitação e também aquelas que ficaram em casa sem poder sair. Esse aumento se dá à medida que associamos a atividade física como um grande pilar na busca por uma melhor qualidade de vida, já que pode contribuir positivamente na redução na taxa de mortalidade, melhora no combate ao diabetes e hipertensão como também para quem busca uma boa postura e proteção das articulações. E, como sabemos, com o passar dos anos vamos tendo um desgaste natural”, explica.



Foto: Dayse Euzébio



Saúde mental em dia 

É notório que a pandemia adoeceu muita gente e, nem estamos falando da Covid-19, mas de transtornos mentais. Uma pesquisa do Ministério da Saúde, realizada em 2020, mostrou que a ansiedade foi o problema mais presente entre 86% dos adultos, seguido por transtorno pós-traumático (45,5%) e depressão grave (16%), no primeiro ano da pandemia da Covid.

Para tratar e prevenir esses transtornos e outras doenças mentais, muita gente encontrou nas terapias integrativas complementares uma aliada na busca pelo bem-estar. “As práticas holísticas ou também chamadas de práticas integrativas e complementares em saúde (PICS), de forma abrangente, auxiliam na conexão consigo mesmo. Auxiliam no tratamento da depressão e da ansiedade por proporcionar relaxamento e sensação de bem-estar, redução do pensamento acelerado e da irritabilidade, alívio da dor, da  tensão muscular. Além disso, melhora a qualidade do sono, do padrão alimentar (influenciando na escolha dos sabores, quantias e apetite) e auxilia na  diminuição de reações adversas dos medicamentos e fortalecimento do sistema imunológico”, detalha a mestra em Enfermagem e Terapeuta integrativa, Fabiana de Almeida.



Foto: Dayse Euzébio



Responsável pelas terapias holísticas no Espaço Harmonize, da Unimed-JP, ela lembra que “o yoga, a meditação, como outras PICS, são práticas que complementam o tratamento de saúde, respeitando as orientações de outros profissionais da saúde”. 

Assim como as atividades físicas, ela reforça que nesse período de retorno, no pós-pandemia, as pessoas também têm buscado cuidar mais da saúde mental por meio das práticas integrativas. “Eu percebo que essa busca tem sido maior e mais frequente. Acredito que parte dessas pessoas se perceberam durante e após o pico da pandemia do Covid-19 com o pensamento mais agitado, com mais irritabilidade, com mais fragilidade emocional. Muitas delas estão tomando consciência de como estão e assim procurando se recuperar ou melhorar seu padrão mental e emocional, entendendo que as práticas interativas vem ao encontro desta necessidade”, frisa.



Foto: Dayse Euzébio

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