Dar e receber presentes nesta época do ano é tradição, mas muitas pessoas atualmente vivem sozinhas e não têm esse aconchego. Às vésperas do Natal, o pastor Estevam Fernandes, presidente da I Igreja Batista de João Pessoa e psicólogo, destacou a importância de enviar uma mensagem para quem está só. “Do ponto de vista cristão, o melhor presente é a presença, e a presença nunca vem empacotada, enfeitada com laços ou marcas. Ela vem por si mesma”, disse em entrevista à Rádio Arapuan, acompanhada pelo Click PB, nesta sexta-feira (22).
Ressaltando a importância da presença e não do presente, ele comentou um texto sobre Madre Teresa de Calcutá. Numa visita dela aos Estados Unidos, se deparou com algumas velhinhas que passavam horas olhando para uma porta. E ali ela descobriu que as idosas esperavam, por anos, que alguém fosse buscá-las.
“É um anseio da presença que é insubstituível. Por isso, visite seu avô com Alzheimer, seu pai doente, quem está na solidão do abandono e nunca contou com isso. A gente se dá, vai e se encontra com nossa dignidade. Aqui estou falando com milhares de pessoas, ouvidos que estão sem ouvir. Deus lhe ama e você não está só ainda que os outros lhe abandonem”, pontuou.
Para o pastor, de uma forma ampla, o melhor presente hoje seria o fim das guerras, da fome e da solidão. “O filósofo William James disse: ‘A história da nossa vida é a história das nossas decisões. Quando você toma uma decisão, você altera o seu futuro’. A vida muda quando tomamos decisões corretas. Onde há mudança, há reflexão, onde há reflexão, há mudança verdadeira”, concluiu.
“O mercado da psicologia nunca esteve tão aguçado pela dor. E quando precisa pagar para alguém lhe ouvir é porque chegou ao limite, fora da curva”, disse Estevam Fernandes. Ele afirma que, embora seja uma data de comemoração, as pessoas têm sofrido com a síndrome da nostalgia e da reflexão, que se aguça nesta época, e pode evoluir para uma depressão.
“O Natal é uma data que celebra o nascimento de Jesus. O que precisamos hoje é que todo mundo pare e se pergunte onde está Jesus em nossa vida, em nossa mesa, em nosso cotidiano”, disse. Conforme o pastor, a sociedade sofre com a angústia e a ansiedade.
“O mundo está doente. É como se estivesse numa agonia que se transforma em crise de existência. Nós, humanos, não cremos mais no amor, não confiamos em ninguém, no que se diz. Ninguém acredita, marido, filho, mulher, que o amor ainda existe”, constatou.
Para ele, existe uma crise de fé porque, na sua avaliação, as religiões se tornaram coisas estranhas, algumas negócio, outra tradição, guerra e até fomentam a violência e discriminação. Assim, conforme o pastor Estevam, é preciso encontrar deus nesse caldeirão confuso. “O mercado da psicologia nunca esteve tão aguçado pela dor. E quando precisa pagar para alguém lhe ouvir é porque chegou ao limite, está fora da curva”, afirmou
CLICKPB
BORGES NETO LUCENA INFORMA
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