Ex-Ministro do Esporte Orlando Silva diz: Agora posso defender a minha honra

Após denúncias, político pediu demissão depois de cinco anos à frente do Esporte
Alvo de denúncias de corrupção, Orlando Silva (PCdoB) deixou o comando do Ministério do Esporte na noite desta quarta-feira (26), cinco anos após assumir o cargo. Ao anunciar a saída da pasta, Silva destacou que foi ele quem pediu que o caso fosse investigado e disse que tomou a decisão para poder comprovar sua inocência.
- [Fora do governo] Posso defender a minha honra. [...] Fato nenhum houve que possa comprometer a minha honra.
O ex-ministro falou à imprensa após comunicar sua decisão de deixar o cargo à presidente Dilma Rousseff, com quem esteve reunido no Palácio do Planalto. Em rápida entrevista, ele enfatizou que não foram apresentadas provas contra ele, mas admitiu que as denúncias prejudicaram sua permanência na pasta.
- Eu reafirmei com a presidenta que não há, não houve e não haverá nenhuma prova contra mim. [...] Mas tranquilizei ela afirmando que em poucos dias e em poucas semanas a verdade virá à tona.
Orlando Silva disse que Dilma aceitou seu pedido de afastamento do cargo por entender que, embora não haja provas contra ele, as denúncias geraram uma crise na pasta.
- Lembrei: já são 12 dias em que sofri um ataque baixo, uma agressão vil baseada em mentiras. E há 12 dias nenhuma prova concreta dos ataques que eu sofri surgiram, nem surgirão. Mas é um quadro que criou uma crise política, e eu tenho compromisso com o governo. Mais do que nada eu sou um militante. Nosso partido não pode ser base de instrumento de nenhum ataque ao governo.
A crise no Ministério do Esporte teve início há pouco mais de uma semana, quando a revista Veja trouxe uma reportagem em que o policial militar João Dias Ferreira acusava Orlando Silva de ser um dos operadores de um suposto esquema de desvio de verba no ministério. O oficial, que chegou a ser preso em 2010 por participação no mesmo esquema, disse que o político teria recebido, pessoalmente, dinheiro desviado de convênios mantidos pelo governo com ONGs (organizações não-governamentais) por meio do programa Segundo Tempo.
Embora o PM não tenha apresentado provas que incriminassem Orlando Silva, e apesar de o ex-ministro ter negado as acusações em audiências realizadas na Câmara e no Senado, o STF (Supremo Tribunal Federal), abriu um inquérito na terça-feira (25) para investigar o caso – o que prejudicou ainda mais sua situação no cargo.
- Eu insisto: eu propus a apuração dos fatos. Porque a mim interessa a apuração dos fatos. [...] Não é possível jogar cinco anos de trabalho de tantas conquistas na lata do lixo. [...] Eu saio com o sentimento do dever cumprido.
Orlando Silva encerrou a coletiva após responder a apenas três perguntas, para encontrar sua mãe que, segundo ele, faz aniversário nesta quarta-feira.
NAÇÃO RURALISTA

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