Nº de domésticas sem carteira cai


 As empregadas domésticas conquistaram mais direitos com a PEC aprovada em abril deste ano. Mas, nos últimos 20 anos, houve avanços nesse mercado de trabalho, como maior formalização, menores jornadas e maiores remunerações.

A proporção dessas profissionais que não têm carteira assinada caiu de 43,2% em 1992 para 26,1% no ano passado na RMSP (região metropolitana de SP), segundo um estudo da Fundação Seade – Dieese.

Do total de mulheres ocupadas em 2012, 14,7% eram empregadas domésticas, das quais 38,8% eram mensalistas com carteira de trabalho assinada, 26,1% mensalistas sem carteira e 35,1% diaristas.

Salário

O rendimento médio real das empregadas domésticas mensalistas com carteira de trabalho assinada (R$ 952), em 2012, era superior ao das diaristas (R$ 711) e ao das mensalistas sem carteira assinada (R$ 684).

Como as jornadas de trabalho são distintas, o rendimento médio por hora é o mais apropriado para comparações. Assim, as diaristas passam a ter a melhor remuneração (R$ 6,59), seguidas pelas mensalistas com carteira (R$ 5,41) e sem carteira (R$ 4,27).

Expediente

A jornada das empregadas domésticas diminuiu no período analisado. O maior decréscimo ocorreu entre as mensalistas com carteira de trabalho assinada, que cumprem a maior jornada, apesar da redução de 49 para 41 horas por semana entre 1992 e 2012.

O tempo médio trabalhado pelas mensalistas sem carteira de trabalho assinada reduziu-se de 43 para 37 horas semanais, enquanto o das diaristas manteve-se em 25 horas semanais. Houve redução drástica da proporção de empregadas domésticas que dormiam na residência em que trabalhavam. Se em 1992 elas representavam quase um quarto (22,8%) do total de empregadas domésticas, em 2012 esse porcentual retraiu-se para apenas 2,3%. Em 2012, 80,2% das empregadas domésticas da região metropolitana de São Paulo residiam e trabalhavam no mesmo município, enquanto as demais 19,8% moravam e trabalhavam em municípios distintos.

Parcela importante delas – mesmo as que moram e trabalham no mesmo município – sai de regiões mais periféricas das zonas sul e leste para trabalhar em regiões mais centrais, portanto, é possível afirmar que elas percorrem longos trajetos diariamente e comprometem muitas horas diárias em que poderiam se dedicar aos estudos, lazer e convivência com a família.

Mercado

No ano passado, a participação dos serviços domésticos no total dos ocupados na região metropolitana de SP era de 7% (682 mil pessoas), sendo que as mulheres representavam 95,8% dos trabalhadores inseridos neste segmento (4,2% eram homens, ocupados principalmente como motoristas e jardineiros), destacadamente nas atividades de serviços gerais, com ou sem carteira assinada, ou como diaristas.


R7
BORGES NETO -NAÇÃO RURALISTA

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