Petrobras: menor valor de ações em 10 anos

 A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda nesta sexta-feira (30), pressionada pelas perdas nas ações da Petrobras, depois que a estatal anunciou, na véspera, que pode não pagar dividendos a seus acionistas por causa dos desdobramentos das denúncias de corrupção envolvendo a estatal.

O Ibovespa, principal indicador da bolsa paulista, caiu 1,79%, aos 46.907pontos. Veja a cotação. Este é o menor patamar de fechamento desde o dia 19 de março de 2014, quando a bolsa fechou aos 46.567 pontos.


Na semana, a bolsa caiu 3,83% e no mês, 6,20%. No ano, há baixa acumulada de 6,20%.


 Os papéis ordinários (com direito a voto) caíram 5,08%, cotados a R$ 8,04. Este é o menor valor desde 2004, quando, no dia 26 de agosto, as ações eram cotadas a R$ 8,02. Em valor de mercado, a perda na semana foi de mais de R$ 21 bilhões, passando de R$ 126 bilhões na sexta-feira (23) para R$ 105 bilhões nesta sexta. Os dados são da Economatica.  

Os papéis preferenciais (com prioridade na distribuição de dividendos, mas sem direito a voto) recuaram 6,51%, para R$ 8,18. Este é o menor valor desde 2005, quando, no dia 16 de maio, as ações eram cotadas a R$ 8,03.


As ações preferenciais tiveram queda de 18,20% na semana e as ordinárias, de 15,55%. No ano, há desvalorização acumulada de 18,36% e 16,16%, respectivamente, de acordo com a Economatica.

Nos dois dias anteriores, os papéis a petroleira fecharam no vermelho. Na véspera, os ordinários caíram 1,85%, a R$ 8,47. Já os preferenciais perderam 3,10%, a R$ 8,75. Na quarta (28), as ações PN despencaram 11,21%, a R$ 9,03, e as ON, 10,48%, a R$ 8,63.

Na quinta (29), a petroleira admitu a possibilidade de não pagar dividendos a acionistas, dependendo da avaliação da situação financeira da companhia. Dividendos correspondem a parcela dos lucros da companhia que são distribuídos entre os acionistas.


Rebaixamento da Petrobras

Na noite da véspera, a agência de classificação de risco Moody’s rebaixou todos os ratings da Petrobras, citando preocupações com investigações sobre corrupção na estatal e possível pressão sobre a liquidez da companhia em função de atraso na divulgação de resultados financeiros auditados.


A avaliação de risco é um sistema de nota desenvolvido por agências de análise de riscos para alertar os investidores de todo o mundo sobre os perigos do mercado ou da empresa que eles escolhem para aplicar seu dinheiro. Entenda como funciona.  

"O fato novo de hoje na bolsa é a Petrobras por causa do rebaixamento das notas e da possibilidade de não pagar dividendos. Mas temos tido diariamente uma boa quantidade de notícias complicadas e o mercado é um reflexo disso tudo", disse à Reuters o especialista em renda variável Rogério Oliveira, da Icap Brasil.

Segundo ele, o mercado operava na defensiva, com a percepção de que assuntos que têm sido motivo depreocupação recentemente não vão mudar em breve: a situação da petroleira, a queda nos preços das commodities e a possibilidade de racionamento de energia e água no Brasil.

Bancos e energia

Diversas ações do setor de energia apareciam entre as maiores baixas do índice nesta sexta-feira. Estimativas iniciais para fevereiro do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apontaram que as chuvas que devem chegar aos reservatórios das hidrelétricas do Sudeste do país durante o mês serão de cerca de 52% da média histórica.


Já as ações da Vale tinham alta, apesar dos preços do minério de ferro no mercado à vista da China terem fechado janeiro com a maior queda desde maio de 2013. O mercado está na expectativa de que a mineradora revele qual será sua proposta de dividendos para 2015.


O dólar fechou em forte alta nesta sexa-feira, voltando a se aproximar de R$ 2,70, reagindo ao fraco crescimento econômico dos Estados Unidos no quarto trimestre e a declarações do ministro da Fazenda, Joaquim Levy sobre o câmbio. A moeda norte-americana avançou 2,96%, a R$ 2,6894 na venda. 

G1

BORGES NETO LUCENA INFORMA

Postar um comentário

0 Comentários