Cristiano: Motorista admite excesso


O motorista Ronaldo Miranda, de 40 anos, que conduzia o carro durante o acidente que matou o cantor Cristiano Araújo, de 29, confirmou à Polícia Civil que seguia acima da velocidade máxima permitida no trecho da BR-153, em Goiás, que era de 110 km/h. O condutor afirmou ainda que perdeu o controle do carro depois que um dos pneus estourou, segundo o delegado Fabiano Henrique Jacomelis, responsável pelas investigações.

O depoimento ocorreu no domingo (28). “Ele disse que estava correndo um pouco, mas não soube precisar exatamente qual era a velocidade no momento do acidente, já que o carro era muito potente e ele não percebeu o excesso. Ele também informou que ouviu um barulho de pneu furado e, em seguida, perdeu o controle”, relatou o delegado.

O acidente aconteceu na madrugada do último dia 24, quando o sertanejo voltava de um show em Itumbiara, no sul do estado. Além de Ronaldo e de Cristiano, estavam no carro Allana Moraes, namorada do músico, e Victor Leonardo, um dos empresários dele. A jovem de 19 anos morreu no local, e o empresário se feriu, mas já recebeu alta.

O condutor perdeu o controle da direção 21 minutos após o grupo fazer uma parada em um posto de combustíveis, a cerca de 57 km do local do capotamento. O físico Reges Guimarães analisou a velocidade média feita pelo carro com base no horário das imagens de uma câmera de segurança. "Ele fez uma velocidade média de 162 km/h", diz.

Segundo o delegado, o motorista afirmou que não faz consumo de bebidas alcoólicas e negou que estivesse usando celular ou que tenha dormido antes de perder o controle. Jacomelis já havia informado que Ronaldo foi submetido ao teste do bafômetro, que deu negativo.

Ronaldo também confirmou à polícia que as rodas usadas no veículo, um Range Rover Sport, ano 2015, não eram originais. “Ele disse que foi um amigo em comum dele e do Cristiano quem cedeu essas rodas, que eram de outro Range Rover. Os pneus eram novos, mas já tinham sido reparados antes. Ele não soube detalhar quando houve a troca”, disse Jacomelis.

O delegado afirmou que agora aguarda a chegada de uma equipe de técnicos da fabricante do veículo para analisar se a troca das rodas, aliada ao excesso de velocidade, foi determinante para o acidente. “Ainda vamos ouvir o Victor Leonardo, que estava no veículo, pois ele é uma peça-chave. Também aguardamos os resultados dos laudos periciais para esclarecer, de fato, o que aconteceu”.

A Jaguar Land Rover informou, por meio de nota enviada por sua assessoria, que “não recomenda em nenhuma circunstância o uso de peças e acessórios não originais em seus veículos”. A empresa disse ainda que continua colaborando com as investigações da Polícia Civil de Goiás.

Jacomelis ressaltou que, caso seja provado que houve imperícia ou imprudência, o motorista poderá responder por homicídio culposo (sem intenção) na direção de veículo automotor, que tem pena de dois a quatro anos de prisão.  


G1

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