Temer recebe nesta quinta a proposta de Reforma da Previdência, diz Padilha



 O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que o presidente Michel Temer recebe nesta quinta-feira o primeiro texto da reforma da Previdência e garantiu que a proposta "não vai tirar direito de ninguém". Padilha disse que a proposta deverá ser enviada ao Congresso ainda em outubro, antes mesmo da conclusão da votação da PEC do Teto dos gastos públicos na Câmara.
Padilha esteve nesta manhã na cerimônia de homenagem a Ulysses Guimarães, que completaria hoje 100 anos.
— A reforma não é para tirar direito de ninguém, ninguém perde nada, é para garantir direitos, para garantir que a Previdência vai continuar existindo no Brasil. A proposta deve ser enviada ainda antes de termos concluído a PEC 241 (PEC do Teto) na Câmara, presumivelmente agora no curso no mês de outubro. Mas não dá para cristalizar uma data. A política tem o seu tempo, ele (Temer) quer falar com na semana que vem as centrais — disse Padilha, ao deixar a Câmara.
Padilha disse que, com a reforma, o Brasil terá um sistema sustentável e compatível com os sistemas previdenciários de outros países. Ele lembrou que o déficit projetado para 2017 é de R$ 180 bilhões a R$ 200 bilhões.
— O Brasil começa a caminhar no sistemas vigente na maioria dos países — disse o ministro.
Ele explicou que Temer receberá o primeiro texto ainda nesta quinta-feira e, na próxima semana, se reunirá com representantes dos empregadores e depois com dirigentes das centrais sindicais. Padilha disse que Temer já foi relator de outra proposta da Previdência e disse que ele certamente dará a "sua marca".
— Ele (Temer), que já foi relator, terá o olho crítico sobre a reforma — disse ele.
Por que a reforma é necessária
A Previdência registra rombo crescente: gastos saltaram de 0,3% do PIB em 1997 para projetados 2,7% em 2017. Em 2016, o rombo é de R$ 149,2 bi (2,3% do PIB). Os brasileiros estão vivendo mais, a população tende a ter mais idosos, e os jovens, que sustentam o regime, diminuirão.
O ministro disse ainda que não haverá aumento de impostos e sim a aprovação da PEC do Teto e ainda da reforma da Previdência. A comissão especial da Câmara discute hoje a PEC do teto.
— Estamos com a possibilidade de assumirmos o controle das contas públicas ou então elas ficarem incontroláveis para sempre. Precisa ter coragem (para isso). Queremos que o cidadão ajude. Dá para fazer mais com o dinheiro que temos hoje. Não aumenta imposto, e, para isso, precisa do apoio de todo o Congresso. Há uma consciência generalizada no Parlamento da necessidade iniciarmos um novo período de Orçamento, com o país que copia o que as famílias brasileiras fazem: gastam o que ganham para terem uma vida equilibrada — disse Padilha.
HOMENAGEM A ULYSSES
Integrante do PMDB histórico e ex-presidente da Fundação Ulysses Guimarães, Padilha disse também que fazer política atualmente requer "coragem".
— Ulysses é uma referência especial. Há algumas palavras que definem bem o Ulysses: político tem que ter coragem. Hoje, neste momento, quem faz política no Brasil tem que ter coragem para enfrentar o desafio que aí está — disse ele.
 
O Globo

BORGES NETO - LUCENA INFORMA

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