Após nascimento, bebês com zika desenvolvem microcefalia, diz estudo


Um grupo de bebês nascidos com zika congênita no Nordeste do Brasil tinha cabeças de tamanho normal ao nascer, mas desenvolveu microcefalia somente de cinco meses a um ano após o nascimento, de acordo com um novo estudo liderado pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos. A Secretaria de Estado da Saúde (SES-PB) divulgou, recentemente, mais um boletim da dengue, zika e chikungunya. De acordo com o boletim, foram registrados 4.687 casos suspeitos do vírus Zika no Estado, um aumento de 482 casos nas últimas dez semanas.

A pesquisa foi realizada em colaboração com cientistas brasileiros, que acompanharam 13 bebês nascidos no Ceará e em Pernambuco, entre outubro de 2015 e agosto de 2016. Todos tinham cabeça de tamanho normal ao nascer, embora apresentassem anomalias no cérebro já nos primeiros dias de vida.

Os 13 bebês foram submetidos a exames de imagem do cérebro, olhos, ouvidos e de características ortopédicas. Todos apresentavam retardamento no crescimento da cabeça, mas em 11 deles esse declínio do tamanho do crânio aumentou até o ponto em que foi atingida a definição de microcefalia.

"Essa é uma clara evidência de que as crianças podem ser severamente afetadas mesmo quando não apresentam microcefalia ao nascer", declarou o diretor do CDC, Tom Frieden. Segundo Paolo Zanotto, coordenador da Rede Zika e professor da USP, o novo estudo reforça pesquisas anteriores que já haviam identificado microcefalia após o nascimento. "A zika é uma síndrome que ainda não foi cientificamente descrita, mas tudo indica que ela é mais complexa do que pensávamos inicialmente", disse Zanotto.

Paraíba - De acordo com os dados, de 1º janeiro a 5 de novembro de 2016 (44ª semana epidemiológica de início de sintomas) foram notificados 35.938 casos prováveis de dengue. Em 2015, no mesmo período (até 44ª SE), registrou-se 19.380 casos, evidenciando um aumento de 80,25%.

Zika Vírus - De acordo com o boletim, foram registrados 4.687 casos suspeitos do vírus Zika, um aumento de 482 casos nas últimas dez semanas. Atualmente, na Paraíba, existem três unidades Sentinelas do Zika vírus implantadas para identificação da circulação viral nos municípios de Bayeux, Campina Grande e Monteiro, conforme recomendação do Ministério da Saúde, entretanto o número de coletas nessas unidades tem sido reduzido.

 CDC

BORGES NETO LUCENA INFORMA

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