Na véspera de um encontro inédito na Igreja Católica para discutir abusos sexuais cometidos por religiosos e padres, o papa Francisco afirmou nesta quarta-feira (20) que pessoas que passam a vida denunciando o Vaticano são "amigos do demônio".
Francisco afirmou que os erros da igreja devem ser corrigidos, mas que seus acusadores são "amigos, primos e parentes do demônio".
Vítimas de abuso sexual exigiram nesta quarta se encontrar pessoalmente o papa Francisco para reforçar o pedido de que os bispos que encobrem tais crimes sejam dispensados do sacerdócio.
As 10 vítimas se encontraram por quase três horas com cinco autoridades do Vaticano, mas expressaram descontentamento pelo fato de o papa não ter comparecido à reunião.
"Se ele pode se reunir com todos os bispos de lá, pode se encontrar conosco", afirmou Peter Isely, que foi abusado por um padre quando era criança.
"Nós fizemos nossas exigências de tolerância zero. Queremos que o papa escreva em uma lei universal: tolerância zero para o acobertamento de crimes sexuais. Eles podem fazer isso agora", disse.
O Vaticano afirmou que a presença do papa na reunião nunca esteve prevista, pois ele se reuniria com outras vítimas durante a conferência.
As vítimas que se encontrarem com Francisco e comparecerem à conferência de quatro dias permanecerão anônimas a pedido delas.
Folha de São Paulo
BORGES NETO LUCENA INFORMA