Justiça mantém condenação de ex-prefeito de Marizópolis a ressarcir cofres públicos e pagar multa

O ex-prefeito da cidade de Marizópolis, José Vieira da Silva, teve sua condenação por improbidade administrativa mantida pela Segunda Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Paraíba. A sentença foi proferida pelo juiz Jailson Shizue Suassuna, no Mutirão da Meta 4 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

O ex-prefeito teve seus direitos políticos suspensos por cinco anos e terá que fazer o ressarcimento integral da quantia de R$ 314.980,10, além de pagar multa civil no valor correspondente ao dano de R$ 314.980,10.
Na ação, promovida pelo Ministério Público estadual, o ex-gestor é acusado de irregularidades no exercício de 2010, conforme relatório do Tribunal de Contas do Estado. Foram constatadas na prestação de contas despesas sem licitação, no total de R$ 111.125,60; não encaminhamento à Câmara Municipal dos balancetes mensais com documentação comprobatória das despesas; e despesas com serviços não prestados junto à empresa Constrói Materiais e Serviços Ltda., no valor de R$ 301.480,10, dentre outras.
Ao interpor recurso de Apelação Cível nº 0003073-52.2014.815.0371, que teve a relatoria do desembargador José Aurélio da Cruz, o ex-gestor alegou que as despesas realizadas sem licitação se constituem valor irrisório, quando comparado ao total geral de despesas. Afirmou ainda que a entrega dos balancetes, fora do prazo, não caracteriza, por si só, ato ímprobo em virtude da deficiência técnica de auxiliares do setor contábil. Quanto às despesas sem execução comprovada, argumenta que os serviços foram prestados, havendo farta documentação nos autos. 
Na análise do recurso, o desembargador José Aurélio entendeu que as condutas imputadas ao apelante são atos que causaram prejuízo ao erário. “Por mais que não tivesse a vontade específica de ferir a probidade administrativa, a negligência do apelante no trato dos contratos públicos, deixando de exigir a prévia licitação para sua formalização, bem como a correspondente fiscalização quando de sua execução, resultou em dano ao erário que, para um município com recursos escassos, em região de economia fragilizada pela seca, representa extremo prejuízo para interesse público”, ressaltou.
Sobre as penalidades aplicadas, o relator destacou ainda que “nos termos do artigo 12 da Lei de Improbidade Administrativa, as penalidades devem considerar a gravidade das condutas, a extensão do dano causado e o proveito patrimonial obtido pelo agente, estando autorizada a aplicação das penalidades isolada ou cumulativamente”.
CLICKPB


BORGES NETO LUCENA INFORMA

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