Sindicato, professores e gestores debatem processo de implantação das atividades não-presenciais

Um encontro entre o reitor Nicácio Lopes, representantes do Sintef-PB, pró-reitores, diretores gerais e de ensino dos campi, além de professores e coordenadores de cursos promoveu mais uma discussão a respeito do processo de preparação do IFPB para a oferta de aulas em atividades não-presenciais. A reunião via Google Meet foi promovida, principalmente, para discutir arestas sobre a metodologia de elaboração das regras para esse ensino remoto que deve ocorrer somente nesse período crítico de pandemia.
A primeira a fazer uso da palavra foi a representante do Sindicato, Zuila Couto, que abordou o trabalho desenvolvido por muitos professores durante esse período de suspensão de atividades presenciais na instituição. O Sintef-PB reivindica a suspensão da tramitação das minutas para discutir um novo método de elaboração. Outro membro do Sintef-PB, Adolfo Wagner, do campus João Pessoa, reivindicou a execução de um seminário para discutir a respeito da retomada das atividades acadêmicas.
O diretor de Educação Profissional do IFPB, Degmar dos Anjos, que coordena o Grupo de Trabalho responsável pela elaboração da minuta com regras para as atividades não-presenciais explanou acerca do processo. Ele ressaltou, principalmente, que o IFPB precisa agir para evitar a prolongação do afastamento dos estudantes do ensino, lembrando que a educação é um direito público garantido e esperado por cada estudante da instituição. Segundo Degmar, cada dia que os alunos passam afastados das aulas no IFPB há um agravamento dos processos de exclusão a que a maioria deles já se vê submetida devido a suas condições de vida, tendo em vista que quase 80% dos discentes se revelam de baixa renda.
O Diretor geral do Campus Monteiro, Abraão Romão Batista, comentou que a adaptação para a oferta do ensino de modo não-presencial vem atendendo a um apelo da maioria da comunidade estudantil.  “Quanto mais a gente protela, mais a gente promove um abismo entre os nossos estudantes e o ensino”. Diversos DGs relataram que em cada campus a pressão da comunidade estudantil para que as aulas remotas iniciem só faz aumentar.
Hélio de França Gondim, coordenador de Meio Ambiente do campus Princesa Isabel, comentou sobre as diversas atividades online promovidas por docentes via lives, mesmo antes da elaboração das minutas para atividades não-presenciais, justamente preocupados em levar conhecimento aos estudantes. Ele lembrou, ainda, que algumas instituições, como a UFRJ e UFMG declararam que só retornam no presencial após um remédio específico pra covid ou uma vacina. “O IFPB poderia se posicionar acerca de tal temática também”, frisou.
Para o diretor geral do Campus Santa Rita, Sabiniano Araújo Rodrigues, todos os processos estão permitindo consultas e opiniões. “Vamos ter que fazer ajustes durante as atividades não presenciais. Não existe processo ideal. Temos que ter consciência que essa é uma situação emergencial. Não estamos gostando de estarmos passando por isso. Qualquer que fosse o processo, receberia críticas de alguns. Por isso é tão importante as avaliações durante as próprias atividades”, comentou o professor.
A pró-reitora de Ensino Mary Roberta Marinho frisou que a adoção das atividades não-presenciais no IFPB está condicionada a avaliação constante para que seja adaptada em virtude do cenário epidemiológico. Esse caráter de possível alteração nas fases foi ressaltado por muitos gestores como algo que garante o caráter democrático para esse período adaptativo na instituição. Também foi enfatizado que 98% dos professores do IFPB realizaram um curso de capacitação em plataformas de educação à distância.
O pró-reitor de Assuntos Estudantis, Manoel Macedo, destacou que nenhum processo é perfeito e comentou que, mesmo durante as aulas presenciais, o IFPB já enfrenta situações difíceis vividas pelos alunos e do mesmo modo que trabalha no sentido de solucionar essas questões, continuará a fazê-lo também na fase de ensino remoto. Por isso, o IFPB já vai lançar um edital de auxílio conectividade para os estudantes prevendo não só o acesso à internet, mas também buscando recursos para equipamentos, envolvendo os campi.
Depois de seis horas de debate, o reitor classificou a reunião dos gestores com os sindicalistas como extremamente produtiva, sobretudo pela ampla participação de todos, a exemplo dos diretores gerais que apresentaram relatos de todas as reuniões e debates ocorridos nos campi, bem como a participação dos representantes do Sintef-PB.
“Nós propusemos aos representantes do Sindicato que seja realizado um seminário amplo, incluindo membros da Reitoria, do Sintef-PB e dos órgãos estudantis, ao final de 45 dias da inserção das ações de implantação das aulas não presenciais”, finalizou o reitor Nicácio Lopes, esclarecendo que tal seminário visa avaliar e melhorar o processo, buscando a satisfação de todos os interesses da comunidade acadêmica do IFPB. O Sindicato tem agora um tempo para refletir sobre a proposta do reitor.
DGCOM do IFPB


BORGES NETO LUCENA INFORMA