Em prova com cinco quebras de recorde mundial no lançamento de dardo, paraibano leva medalha de bronze

 

Uma prova histórica no lançamento de dardo da classe F57, para atletas com comprometimento nos membros inferiores, nas Paralimpíadas de Tóquio, terminou com medalha de bronze para o Brasil. Cícero Nobre bateu o recorde paralímpico e assegurou presença no pódio, mas viu o ouro e a prata escaparam diante de performances espetaculares do azeri Hamed Heidari e do iraniano Amanolah Papi.

Papi ultrapassou o brasileiro na classificação com direito a quatro quebras de recorde mundial, até então em posse de Cícero, em seis tentativas, tendo 49,56m como melhor marca. Quando o ouro do iraniano parecia certo, Heidari fez disparado a melhor competição da vida. Ele, que até então nunca tinha ultrapassado a barreira dos 44m, cravou incríveis 51,42m, novo recorde do mundo e medalha de ouro com louvor.

A medalha de bronze é a primeira da carreira de Cícero em Paralimpíadas. Na Rio 2016 ele se despediu na quarta colocação. Para os Jogos de Tóquio ele chegou como favorito graças aos títulos nos Jogos Parapan-Americanos de Lima e no Mundial de 2019, ocasião no qual havia tomado de Papi o recorde mundial (49,26m).

A medalha de ouro foi conquistada com muita, muita emoção. Nos dois primeiros lançamentos Cícero parou na casa dos 46 metros, o que deixava o uzbeque Yorkinbek Odilov na liderança momentânea. A terceira tentativa, porém, foi excelente: 48,93m, o suficiente para estabelecer o novo recorde da prova nas Paralimpíadas e assegurar a primeira posição.

O principal rival do brasileiro, porém, ainda estava por competir. Na primeira tentativa, a secada em Papi surtiu efeito, e o iraniano lançou "apenas" 47,74m. Na sequência, porém, o que se viu foi o mais alto nível de uma performance esportiva.

Papi lançou quatro vezes seguidas acima do então recorde mundial de Cícero, tendo 49,56m, da quarta tentativa, como melhor resultado. Completou a série espetacular com um arremesso na casa dos 47m. Restava apenas o azeri Hamed Heidari competir. Como ele tinha 43,77m como melhor marca da vida não parecia ameaça à formação do pódio. Ledo engano.

Heidari foi superando seus próprios recordes a cada lançamento. Na quarta tentativa fez 49,09m, marca que assegurava ao menos a prata e empurrava Cícero para o bronze. Papi também ligou o alerta. E o azeri surpreendeu mais uma vez. Na quinta tentativa fez o inacreditável. Lançou o dardo a 51,42m, estraçalhando o recorde mundial. Ele abriu mão do sexto lançamento. O ouro estava nas mãos e ele não precisava provar mais nada a ninguém.

Brasil terá dupla na final dos 200m T36 feminino
O Brasil terá duas atletas competindo na final dos 200m feminino da categoria T36 para atletas com deficiência de coordenação motora nos quatro membros. A primeira a garantir presença foi Samira Brito. Na primeira bateria da semifinal ela vinha em quarto lugar quando a russa Elena Ivanova, a dois metros da linha de chegada, caiu. Samira e ultrapassou e terminou em terceiro, com o tempo de 31s82 – sétima marca geral.

Na segunda bateria, Tascitha Oliveira Cruz cravou 32s30. Foi a melhor marca dela na temporada e, apesar de ter sido apenas o quinto e último tempo da bateria, foi o suficiente para garantir a oitava e última vaga na final. A mais veloz da noite foi a chinesa Yiting Shi, com 29s37.

Mais cedo nesta sessão noturna do atletismo no Japão, o Brasil também foi representado nas provas de pista por Edneusa de Jesus Santos, na final dos 1.500m da classe T13, para atletas de baixa visão, e na final dos 400m T47, para atletas com deficiências nos membros superiores, por Fernanda Yara.

Edneusa, que na verdade é especialista em provas de rua e medalhista de bronze na Rio 2016, terminou a disputa em nono lugar, com o tempo de 5min02s84. A prova foi vencida pela etíope Tigist Menigstu com 4min23s24. Fernanda Yara, nos 400m, terminou em sexto com 1min00s05. A prova foi vencida pela sul-africana Anrune Weyers, com 56s05.

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