Cabo Daciolo se filia ao Brasil 35 e lança pré-candidatura à Presidência


 Cabo Daciolo, o candidato nas eleições presidenciais de 2018 que viralizou em memes e obteve 1,3 milhão de votos, se filiou ao partido Brasil 35, em um evento na noite desta sexta-feira (29), no Rio de Janeiro, e lançou a sua pré-candidatura para 2022.

Em entrevista neste mês ao podcast Flow, o ex-deputado federal, até então sem sigla, defendeu uma mudança na Constituição Federal para permitir candidaturas avulsas sem obrigatoriedade de filiações partidárias e se referiu aos partidos políticos como "quadrilhas".

Durante o anúncio da sua pré-candidatura, Daciolo fez ataques a Paulo Guedes, ministro da Economia, acusado de manter empresas offshore em paraísos fiscais no exterior mesmo após assumir a pasta. "Uma vez Daciolo presidente, você vai ser preso", disse. Os advogados de Guedes entregaram documentos à PGR (Procuradoria-Geral da República) negando irregularidades.

Procurado pela reportagem, Daciolo confirmou o posicionamento com um recado ao ministro: "Pede para sair e vá cuidar das suas empresas no paraíso fiscal", disse o agora político do partido Brasil 35, o antigo Partido da Mulher Brasileira.

A sigla é a mesma do policial civil aposentado e ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho, acusado de fundar a milícia conhecida como Liga da Justiça, que cumpriu dez anos de prisão após ser condenado por formação de quadrilha.

Daciolo voltou ao cenário político no ano passado ao fazer campanha para Gloria Heloiza (PSC) nas eleições estaduais do Rio de Janeiro - ela foi indicada à sigla pelo ex-governador Wilson Witzel, que sofreu impeachment e está impedido de disputar um cargo político até 2026.

"Ela não é candidata do Witzel. A Glória é uma juíza que entrou para a política porque uma porta se abriu. Mas o próprio partido não a quer. Vi nela uma pessoa simples, conhecedora da palavra de Deus e que conhece pouco sobre o sistema político. Ela tem uma pureza e um desejo de transformar o Rio de Janeiro", disse Daciolo ao UOL na ocasião.

Ainda segundo o UOL publicou à época, o nome de Glória foi indicado pelo próprio Witzel ao pastor Everaldo, presidente nacional do PSC, preso por decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) por suspeita de envolvimento em suposto esquema de corrupção na gestão Witzel.

A ideia era que o ex-juiz participasse ativamente da campanha com o mesmo discurso de "outsider" que ajudou a elegê-lo. Mas a estratégia foi frustrada após o afastamento de Witzel.

Daciolo ficou conhecido ao liderar um movimento grevista no Corpo de Bombeiros, em 2011. Na época, chegou a ser preso por nove dias e excluído da corporação. Segundo ele, o período no cárcere fez com que despertasse a vontade de lutar por melhores condições no sistema prisional.

Em 2014, foi eleito deputado federal pelo PSOL. Mas acabou entrando em rota de colisão com as lideranças do partido após defender a inocência dos PMs presos acusados de participar da tortura e morte do pedreiro Amarildo de Souza, que desapareceu em 2013 da favela da Rocinha.

Em 2015, foi expulso do PSOL após propor emenda para alterar a Constituição. Ele queria substituir o trecho "todo poder emana do povo" para "todo poder emana de Deus".

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